Li um artigo no Diário de Notícias [em linha], datado de 23 de Março e intitulado «Estudantes chineses estão a aumentar», no qual me deparo com a seguinte frase: «A Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 26 não fecha aos sábados, como a maioria das outras. Enche-se de meninos que vêm aprender mandarim, porque é ali que funciona a Escola Chinesa de Lisboa.»
Causa-me uma certa "impressão" a conjunção como na frase. Embora perceba que a escola em questão não fecha aos sábados contrariamente às outras, ao tentar analisar a frase surgiu-me uma dúvida.
1) «A Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 26 não fecha aos sábados, como [o faz] a maioria das outras»?
Ou
2) «A Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 26 não fecha aos sábados, [tal] como a maioria das outras»?
Ou seja, a escola em questão está aberta ao sábado, contrariamente às outras (frase 1), ou a escola em questão está aberta ao sábado do mesmo modo que as outras (frase 2)?
Muito obrigado.
Na Gramática Universal da Língua Portuguesa, de António Afonso Borregana, a palavra nem aparece no quadro dos advérbios de negação. Procurei informação em outras gramáticas e encontrei uma grande diversidade de informação. Pergunto:
1. Nem, além de conjunção, também pode ser advérbio de negação? Em que casos?
2. Apenas a palavra não é advérbio de negação, ou também nunca e jamais?
Em Celso Cunha e Lindley Cintra apenas figura não como advérbio de negação...
Obrigada.
Estava lendo um livro de crônicas do escritor Machado de Assis intitulado A Semana, volume 2, publicado pela Editora Mérito, 1959, quando, na página 93, deparei com o seguinte período: «Desaparece o sacristão, e torna alguns segundos depois, acompanhando o padre.» O que o referido escritor quer nos transmitir apondo a vírgula antes da conjunção coordenada e? No meu modesto entendimento, concluo que tem a finalidade de dar ênfase à frase a qual inicia. Estou errado?
Grato.
No texto [de um autor brasileiro], há uma frase que parece imprecisa. Ela deixa no ar certa ambiguidade, já que parece elidir os termos gramaticais do que/ao invés de. O trecho é: «A poesia tem uma realidade independente da matéria que serviu para sua criação, é por assim dizer exterior a essa matéria, participando muito mais do espírito de seu criador, ou da época, da finalidade, das circunstâncias, do ambiente em que foi criada.» Minha dúvida se refere ao uso do ou. Caso o autor tivesse utilizado do que/ao invés de, não haveria qualquer ambiguidade. Estou certo? Observem o argumento, a premissa «a matéria da poesia participa do espírito do seu criador», entra em contradição com a continuação da frase... Pois se pode sofrer influência de tudo, não tem porque afirmar a premissa inicial, não é? Eu ocultei o autor, pois a fama dele pode inibir o juízo imparcial do especialista [...].
Escrevo-lhes em parte para pedir esclarecimentos, em parte para, com cuidadosa modéstia, contribuir.
Começo pela contribuição. Acerca da conjunção como, ao ler nesta resposta a categórica afirmação de não-existência da pronúncia /cumo/ no Brasil, tenho de discordar.
Certamente não era do conhecimento dos senhores consultores — daqueles que formularam a resposta — a variação ortoépica existente no Nordeste brasileiro. Embora tida como ruralizante, a pronúncia /cumo/ ainda se encontra em pessoas mais velhas ou em falantes que vivam mais afastados dos grandes centros urbanos. Tal fato se torna bastante notável em frases que contenham a expressão de realce é que. Por exemplo: «Como é que vai a senhora?» pode soar, no Nordeste do Brasil, da seguinte maneira: /cumé qui vai a sinhóra?/, em que ocorre elisão de como + é.
Em seguida, a respeito do tema em apreço ainda me restam dúvidas relativamente à pronúncia doutras palavras. Em se tratando de língua portuguesa, que palavras são, por natureza, átonas? Há classes gramaticais de palavras inteiramente átonas?
De acordo com o que aconselham, deve-se proferir /cômo/; se se trata de dissílabo átono, como se explica a preferência pelo o fechado, em contraste com porque /purque/? Sem contar com outros monossílados átonos, por exemplo: por, com.
Muito obrigado pela atenção.
Mas — única conjunção coordenativa adversativa?
Agradeço que me esclareçam sobre a questão em epígrafe, pois tive conhecimento de que, no âmbito de uma acção de formação sobre os novos programas do ensino básico, se disse, entre outras coisas, que a TLEBS morreu e que há também outras alterações ao nível das classes de palavras, como a que enuncio, bem como, por exemplo, o facto de a conjunção mas já não se considerar um conector ou articulador.
No fragmento «Só acredita em fumaça quando vê fogo», o termo quando indica condição para que a ação se realize, ou o tempo em que as ações ocorrem?
Por quê?
No trecho «A influência africana fervendo sob a européia e dando um acre requeime à vida sexual, à alimentação, à religião; o sangue mouro ou negro correndo por uma grande população brancarana quando não predominando em regiões ainda hoje de gente escura», como é classificado sintaticamente o «quando não»?
Neste sítio encontra-se como explicação para a origem da locução «mesmo que» uma outra locução de origem francesa. Entretanto, o Houaiss não a assim classifica, a vê como um substituto na linguagem cotidiana das locuções originalmente concessivas.
Na frase «Eu não saberia se você voltasse», o se é conjunção condicional, ou concessiva? Por favor, considerem com cuidado a possibilidade de ser concessiva... Caso contrário, expliquem-me por que é condicional (de modo mais extenso). Aguardo ansioso. Abraço!
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