A oração em causa pode ser classificada como subordinada adverbial, tendo em conta a classificação de «agora que» como locução subordinativa causal e temporal, segundo o Dicionário Houaiss:
«a[gora] que uma vez que, desde que; a partir do momento em que. Ex.: "a. que começou a trabalhar, quase não o vê"»
No entanto, não me parece descabido interpretar «agora que» como uma sequência de advérbio e pronome relativo, parafraseável, como a própria fonte consultada indica, por «a partir do momento (antecedente) em que (pronome relativo)».
Também não me parece necessário construir a frase de maneira a conformar-se a um padrão mais maleável para análise sintáctica: o caso de «sempre que» é disso ilustrativo, porque não é mais correcto dizer «formo uma ideia errada todas as vezes em que adivinho» do que «formo uma ideia errada sempre que adivinho». Este caso parece-me semelhante ao de «agora que»: ambos mantêm de certo modo a semântica do advérbio que constitui a locução e dispensam mais palavras. É, portanto, escusado construir frases como «estou decepcionado agora, agora que me deste a notícia» ou «formo uma ideia errada sempre, sempre que adivinho» em lugar de «estou decepcionado agora que me deste a notícia» ou «formo uma ideia errada sempre que adivinho» (as duas últimas frases estão correctas).