DÚVIDAS

O advérbio interrogativo quando
A gramática de Cunha e Cintra apresenta o seguinte: «Integrantes (servem para introduzir uma oração que funciona com o SUJEITO, OBJETO DIRETO, OBJETO INDIRETO, PREDICATIVO, COMPLEMENTO NOMINAL ou APOSTO de uma outra oração). São as conjunções que e se.» Levando em consideração a frase «Não sei quando chegarei da viagem», poder-se-ia dizer que quando, em alguns contextos, também é uma conjunção integrante, pois a estrutura «…quando vou chegar da igreja» parece funcionar como complemento de objeto direto? Obrigado antecipadamente.
A sintaxe do advérbio não
Li na Gramática do Português de autoria de Clara Amorim e Catarina Sousa que o advérbio não pode modificar grupo verbal (1) ou frase (2) e que, neste último caso, «o advérbio não forma unidade sintática com o verbo». (1) «Não desvies a conversa, Armando.» (2) «Não quero sorriso de esperança.» Para ser sincero, não dei por nenhuma diferença no que diz respeito à função sintática de não. Podem-me clarificar esse assunto? Obrigado.
Colocação pronominal depois de assim
Na frase do conto "A aia" «Assim tumultuosamente os homens de armas lançavam a nova cruel», se substituirmos por um pronome a expressão «a nova cruel», a frase fica com o pronome antes ou depois do verbo? «Assim tumultuosamente os homens de armas lançavam-na», ou «Assim tumultuosamente os homens de armas a lançavam»? Penso que, devido ao advérbio assim, o pronome se coloca antes da frase, mas estou com dúvidas.
«Horrivelmente hipócrita sociedade britânica»
Ouvi um professor dizendo o seguinte: «Ontem mesmo eu estava lendo uma tradução que um sujeito fez de uma matéria inglesa. Eu não lembro exatamente as palavras, mas vou tentar criar um equivalente aqui: «“A horrivelmente hipócrita sociedade britânica”. Isso não é português; isso é inglês com palavras brasileiras. Em português você não pode fazer isso. Você não pode anteceder um advérbio, um adjetivo e depois um substantivo, porque não funciona. No entanto, o número de pessoas que escreve assim hoje é enorme.» Há alguma regra gramatical para que não seja assim ou isso é uma questão de estilo? Se essa construção for estranha ou errada, qual seria a melhor para o exemplo dado, i.e., horrivelmente hipócrita? Obrigado.
A negação «nada não» (Beira Baixa)
Em conversa, há dias, com um habitante da Beira Baixa, este usou uma expressão que eu já não ouvia desde a minha infância, «nada não», utilizada em resposta negativa a uma pergunta que lhe foi formulada. Ex: P – Tem algum filho a viver aqui na aldeia?       E – Nada não, estão todos na Alemanha. Gostaria de saber a origem dessa expressão, tão usada antigamente, pelo menos na zona da Covilhã. Grata.
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