DÚVIDAS

A grafia de Taquexima
No Extremo Oriente existe uma ilha, a ilha de Takeshima. O nome assim escrito, como se vê, não está aportuguesado. Procurei a natural e possível forma “Taquexima” no Google, e, embora em nenhum texto recente estivesse presente essa forma, surpreendentemente a encontrei num escrito chamado «Cartas qve os padres e irmãos da Companhia de Iesus escreuerão dos Reynos de Iapão & China aos da mesma Companhia da India, & Europa des do anno de 1549. até o de 1580». Será passível de consideração essa grafia aportuguesada, mesmo que antiquíssima? Será que não se usou noutros textos fora dos meios virtuais?
A origem dos topónimos Penaguião e Tonchuado (Trás-os-Montes)
Resido no Douro e debato-me, entre outros, com a dificuldade de entender o significado de -guião (de Penaguião) e de Tonchuado, microtopónimo que surge registado duas vezes, situados muito perto um do outro, de cada lado do limite entre as freguesias de Godim e de Fontelas, no concelho do Peso da Régua. Obrigado pela atenção.   N.E. – O consulente segue a ortografia de 1945.
Daesh, Daexe, Daixe
A propósito do acrónimo Daesh, relacionado com a organização jiadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) ou Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS), queria saber: 1) Sendo que Daesh chegou até nós por influência da grafia inglesa Da'ish, a sua pronúncia em português não devia ser /daixe/, tal como sucede com Al-Qaeda – /alkaida/? 2) E quanto à grafia aportuguesada: "Dáesh" (forma sugerida para o espanhol pela Fundéu), ou "Daexe", como se regista na Wikipédia? Os meus agradecimentos.
Euromaidan e Europraça
O termo “Euromaidan”, em rigor, significa “europraça”. Assim se chama porque no fim de 2013 surgiram protestos antigoverno e pró-União Europeia, e eles tiveram como centro a praça da Independência, na capital do país. Ou seja, sendo os protestos pró-União Europeia e centrados numa praça, a palavra “Euromaidan” surgiu, e passou a ser amplamente usada pela mídia. Após algum tempo, a palavra passou a representar não somente a praça, mas também o movimento inteiro que levou à derrubada do governo naquela época. Na mídia e na escrita acadêmica anglófona, não se fala dos protestos da Ucrânia em si, mas sim do (movimento da) “Euromaidan”. A Real Academia Española, atenta à movimentação, adaptou a grafia ao castelhano: “Euromaidán”. Ela passou a ser usada na hispanosfera normalmente. A meu ver, a forma natural de se traduzir o termo para o português seria grafando-o como “Euromaidã”. Entretanto, ninguém da mídia portuguesa nem da mídia brasileira o fez. Não encontrei um texto na Internet que o empregasse. Pergunto: 1. Uma palavra nova aportuguesada só entra nos dicionários caso seja utilizada pelas pessoas? Como isso se define? Qual é o critério? 2. Caso alguém a utilize num texto acadêmico sem que ela esteja registrada num dicionário, poderá esse uso ser criticado?
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