Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Funções sintáticas
María Aparicio Professora Valladolid, Espanha 6K

Tenho uma dúvida em relação ao uso dos relativos que e quem. Normalmente se costuma dizer que quem se usa para pessoas.

A minha dúvida é, por exemplo, na seguinte frase: «O homem de quem te falei é o meu pai.» Seria correto dizer «o homem de que te falei é o meu pai»? É sempre possível utilizar que nos contextos em que normalmente se usa que?

Muito obrigada!

Isabel Ávila Professora Praia da Vitória, Portugal 2K

Na frase «ergueu os olhos para o céu», qual a função sintática de «para o céu»?

Obrigada.

Fernando Martins Professor Faro, Portugal 12K

As construções "Fiz-lhe perder tempo" (=Fiz perder tempo a si, ao senhor) e "Fi-lo perder tempo" (=Fiz o senhor perder tempo) estão ambas correctas?

Maria Luísa da Silva Matos Dias Professora Porto, Portugal 3K

Na frase:

«As redondilhas da lírica tradicional de Camões têm influência da poesia palaciana.»

qual a função sintática desempenhada pelos constituintes: «da lírica tradicional», «de Camões» e «palaciana»?

E na frase:

«O soneto petrarquista influenciou Camões»

qual a função sintática de «petrarquista»?

E ainda na frase:

«A poesia camoniana apresenta marcas clássicas»

[o que são] «camoniana» e «clássicas»?

Grata pela atenção.

Margarida Oliveira Professora Coimbra, Portugal 6K

Nas frases "Ele pensou que ela não voltaria tão cedo." ou "Todos acreditaram que a verdade viria à superfície.", as orações completivas desempenham a função de complemento oblíquo ou complemento direto?

Dado que os verbos "pensar" e "acreditar" selecionam a preposição "em", parece-me que a substituição pelo pronome "isso" resulta agramatical: "Ele pensou isso." ou "Ele acreditou isso." Não deverá dizer-se "Ele pensou nisso." ou "Ele acreditou nisso." ? Inclino-me mais para que sejam complementos oblíquos mas posso estar enganada.

Obrigada.

Filomena Sousa Professora Coimbra, Portugal 10K

Desejava saber se o advérbio de negação desempenha a função sintática de modificador do grupo verbal.

Por exemplo:

«Eu não o tenho visto ultimamente.»

Análise sintática: «Eu» – sujeito simples; «não o tenho visto ultimamente» - predicado; «o» – complemento direto; «ultimamente» – modificador do grupo verbal (O advérbio não não desempenha nenhuma função sintática.)

ou

«(…) não» – modificador do grupo verbal; «o» – complemento direto; «ultimamente» – modificador do grupo verbal

A minha dúvida advém do seguinte:

1. Os modificadores do grupo verbal dão-nos informações acessórias sobre a realização da ação, isto é, indicam-nos as circunstâncias da realização da ação (como os antigos complementos circunstanciais);

2. Nunca vi na antiga terminologia gramatical um complemento circunstancial de negação;

3. Na verdade, com um não não estamos a modificar a ação/dar informação sobre as circunstâncias da realização da ação – estamos apenas a negar essa ação (frase afirmativa vs. frase negativa). Será que “negar a ação” é “modificá-la”? Se se considerar que estamos a “modificá-la”, não existe aqui uma certa confusão conceptual?

Consultei o Dicionário Terminológico (DT), que nos apresenta o seguinte, a propósito do advérbio de negação: «Advérbio de negação Advérbio cujo significado contribui para reverter o valor de verdade de uma frase afirmativa ou para negar um constituinte. Este advérbio pode ser um modificador do grupo verbal ou de um constituinte do grupo verbal.»

Negação frásica:

(i) O João [não] comprou flores à Ana.

[Análise sintática desta frase: «O João» – sujeito simples; «não comprou flores à Ana» – predicado; «não» – modificador do grupo verbal (???); «flores» – complemento direto; à Ana – complemento indireto]

Negação de constituinte:

(iii) O João [comprou à Ana ontem [não flores]], mas livros. (modifica o grupo nominal complemento direto)

[Análise sintática desta frase: «O João» – sujeito simples; «comprou à Ana ontem não flores, mas livros» – predicado; «à Ana» – complemento indireto; «ontem» – modificador do grupo verbal; «não flores, mas livros» – complemento direto]

O não fica de fora. Ficará também de fora na frase de cima (i).

Parece-me haver nesta entrada do DT um conceito diferente de “modificador do grupo verbal”…

Obrigada pela atenção concedida.

Abi João Manuel Ié Estudante Quinhamel, Guiné-Bissau 12K

A minha dúvida é sobre estas duas expressões (i) "faltar respeito" (ii) "faltar com respeito".

Oiço mais, aqui em Bissau, o uso da primeira frase, mas nos filmes, escrituras ou telenovelas portuguesa, oiço só a segunda.

Então, pergunto qual dessas é correta.

Carlos Garcia Professor Porto Alegre, Brasil 9K

Gostaria de saber se a frase a seguir está correta no que se refere à regência do verbo morder:

«O cão mordeu-lhe na perna.»

Obrigado.

A. H. Veríssimo Reformado Ponta Delgada, PT 3K

Gostaria de saber se, nas frases abaixo, casar, apesar de ser um verbo principal, rege predicativo do sujeito («rico», na frase (1) e «pobre», na frase (2)), como acontece com os verbos sentir (em «ela sente-se triste») ou viver (em «ela vive feliz»).

(1) «Casa rico! casa rico! casa rico!... »

(2) «Candidinha vira o filho casar pobre por esta coisa estúpida — o amor!» (Raul BrandãoA Farsa)

Parabéns pelo vosso trabalho.

Obrigado.

António Lima Professor Bonito-PA, Brasil 2K

Gostaria de saber se o verbo ser pode ter objeto indireto. Minha dúvida surgiu após ler o Dicionário de Verbos e Regimes, de Francisco Fernandes,no qual ele diz que o verbo ser pode ser transitivo indireto. Um dos exemplos dele [é]: «À noite serei em tua casa , e de manhã partiremos.»

Na frase «O que seria desses meninos se lhes faltassem os pais»,  a parte «desses meninos» é objeto indireto do verbo ser?

Grato pela resposta. Parabéns pelo belo trabalho de vocês.