Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Pronúncia
Francisca Costa Estudante Viana do Castelo, Portugal 2K

Como se escreve a palavra: "mastodinia" ou "mastodínia" (com acento no i)?

Nicolau Herédia Estudante Brasil 1K

O termo “Euromaidan”, em rigor, significa “europraça”. Assim se chama porque no fim de 2013 surgiram protestos antigoverno e pró-União Europeia, e eles tiveram como centro a praça da Independência, na capital do país. Ou seja, sendo os protestos pró-União Europeia e centrados numa praça, a palavra “Euromaidan” surgiu, e passou a ser amplamente usada pela mídia.

Após algum tempo, a palavra passou a representar não somente a praça, mas também o movimento inteiro que levou à derrubada do governo naquela época. Na mídia e na escrita acadêmica anglófona, não se fala dos protestos da Ucrânia em si, mas sim do (movimento da) “Euromaidan”. A Real Academia Española, atenta à movimentação, adaptou a grafia ao castelhano: “Euromaidán”. Ela passou a ser usada na hispanosfera normalmente.

A meu ver, a forma natural de se traduzir o termo para o português seria grafando-o como “Euromaidã”. Entretanto, ninguém da mídia portuguesa nem da mídia brasileira o fez. Não encontrei um texto na Internet que o empregasse.

Pergunto:

1. Uma palavra nova aportuguesada só entra nos dicionários caso seja utilizada pelas pessoas? Como isso se define? Qual é o critério?

2. Caso alguém a utilize num texto acadêmico sem que ela esteja registrada num dicionário, poderá esse uso ser criticado?

Helena Montez Atriz Portugal 2K

Como se diz o plural de dorminhoco? Abre-se o o, ou não?

Obrigada

António Cunha Bento Reformado Setúbal, Portugal 1K

Existe em Setúbal um antigo bairro com a denominação de "Tróino". Dado que tenho visto o termo grafado umas vezes como "Tróino" e outras como "Troino" agradeço informação sobre a grafia correcta.

Obrigado.

Daniel Camargo Professor Limeira, Brasil 60K

Numa sentença como «Saudade de sair sem lenço nem documento... Ô, saudade», ô expressaria o mesmo sentido da interjeição de vocativo ó?

Em caso afirmativo, a vírgula que o separa do termo saudade seria desnecessária?

Obrigado.

Maria Soares Professora Setúbal, Portugal 1K

Trata-se de um topónimo que só conheço na Arrábida: gostaria de conhecer o significado original da palavra Creiro.

Obrigada.

Lucas Tadeus Oliveira estudante Mauá, Brasil 2K

Napoleão Mendes de Almeida (1911-1999) diz no Dicionário de Questões Vernáculas que o verbo apiedar-se deve conjugar-se, nas formas rizotônicas, como: «eu me apiado», «tu te apiadas», «ele se apiada» – e assim vai.

É correto conjugá-lo assim, ou é algo excêntrico desse estudioso?

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 16K

Cada vez mais oiço na rádio e na televisão as mais diversas pessoas – jornalistas, comentadores, políticos, até médicos – dizerem "circuíto", "intuíto" e "fortuíto". Pelo andar da carrruagem, o muito vai passar a "muíto" – sabido, como se sabe, como é o rolo compressor da televisão na propagação do erro!...

Pergunto: a que se deve esta onda arrasadora da prolação tradicional do ditongo ui?

Muito obrigado.

Alberto José Domingues Pires Funcionário público Vimioso, Portugal 3K

Considerando estas duas definições,

(1) «bó | interj. bó interjeição [Regionalismo] Expressão que indica admiração ou espanto. = ORA ESSA "bó» (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa; consultado em 04-05-2020].

(2) «bô adj. Pop. e ant. O mesmo que bom: “pois que tinha bô lugar”. G. Vicente, J. da Beira.» (in Novo Diccionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo 1913)

Como devemos escrever/dizer: "bó" ou"bô"?

Bó! — Bô!

Bó-era! — Bô-era!

Bó-geira — Bô-geira

Bó! Já agora? — Bô! Já agora?

Bó! Não querias mais nada? — Bô! Não querias mais nada?

Bó! Quem me dera? — Bô! Quem me dera?

Muito obrigado.

Paulo Medeiros Designer Lisboa, Portugal 6K

O jornal Observador envia por mail um anúncio para subscrição que começa com o seguinte título: «Nunca como agora precisamos tanto de si.»

A perceção que tenho é que não só faltam vírgulas a separar a oração «como agora», como falta um acento em "precisamos" (precisámos).

O facto parece enquadrar-se numa pandemia fonética que alastra e que consiste na pronúncia igual de tempos verbais diferentes cuja grafia é distinta: entramos/entrámos, compramos/comprámos, etc.

Creio que essa pronúncia está errada pois o acento está lá para se acentuar a sílaba. Ignorá-lo, não só prejudica a comunicação verbal, gerando equívocos de ordem temporal, como parece estar a contaminar a comunicação escrita, até junto daqueles com responsabilidades óbvias no seu uso correto.

Estou certo?

Obrigado.