DÚVIDAS

O r retroflexo em Portugal
De acordo com artigo de João Veloso, da Universidade do Porto, “The English R coming! The never ending story of Portuguese rhotics” (2015), como parte dum grande processo de mudança na pronúncia dos erres, o erre de palavras como carta, em Portugal, já poderia ser pronunciado como retroflexo. Para mim, é grande novidade, pois esperava existir tal som somente no português brasileiro. Segundo ele, até há pouco tempo não se documentava essa pronúncia em Portugal, mas alguns estudos recentes e a sua própria observação linguística de jovens escolarizados do Porto demonstram que essa pronúncia cresce a cada dia. «Parece ser mais frequente entre falantes mulheres, jovens e escolarizadas do que entre homens», diz ele. Que visão tem o Ciberdúvidas a respeito disso?
Seis termos da descrição fonética e fonológica
Tenho vindo a encontrar a expressão «Fricativa (a) surda a) Variantes: Uvular, Velar, Lateral, Dental, Palatal». Creio tratar-se de alguma terminologia gramatical que desconheço. Podem ajudar-me? Já agora e falando a sério, com os 74 anos que tenho, será que devo voltar aos "bancos de escola" para me actualizar? Grato pela vossa simpatia.   N.E. – O consulente adota a ortografia de 1945.
As origens do betacismo (II)
Sou um apaixonado pela linguística, nomeadamente no que diz respeito à língua portuguesa. Nesse âmbito, um dos temas que mais me intriga é o betacismo. Gostaria de obter um esclarecimento (se possível) sobre um subtema (julgo eu) dentro desse fenómeno: 1) A nossa língua numa determinada fase, “recuperou” o uso da sua componente fonética “v” nas palavras com a letra “v”, contrariamente ao que ocorreu nas restantes línguas da península. Seguem exemplos (português, latim, castelhano): vinho = vinum, vino; veterano = veteranus, veterano; voar = volare, volar, etc. 2) Por outro lado, numa outra (!?) vertente desse fenómeno parece ter havido total conversão do “b” em “v” tanto na sua componente fonética como na escrita. Ex: livro, liber, libro; olvidar, oblitare, olvidar; palavra, parabola, palabra,  etc.. Se o primeiro me parece lógico no contexto do dito fenómeno dentro na evolução do latim, como se explica o segundo ponto desse fenómeno (se é que estão relacionados) ? Provavelmente a questão será absurda, mas se considerarem que merece algum tipo de resposta… Grato pela atenção.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa