Os dois casos em questão, objeto de descrição linguística de tipo dialetológico ou sociolinguístico, dizem respeito a formas não aceites pela norma-padrão, quer em Portugal noutros países de língua portuguesa.
Assim, em relação ao primeiro caso, "éntres", não se encontraram registo nem comentário nas fontes disponíveis1. No entanto, fica aqui mencionado como atestação.
No segundo caso, está documentada a convergência de -am em -em nas formas da 3.ª pessoa do plural do presente e do imperfeito do indicativo dos verbos da 1.ª conjugação. Diz-se, portanto, "andem" ou "plantem", em lugar das formas corretas andam e plantam; além disso, chega-se a pronunciar "queimavem", em vez de queimavam, ou "apanhavim" (o mesmo que apanhavam), ainda com maior redução vocálica2. Em Portugal, é um fenómeno especialmente frequente no Sul e nas ilhas, entre população menos escolarizada e/ou menos exposta aos usos normativos.
1 Foi consultada a Gramática do Português (Fundação Calouste Gulbenkian, 2013, pp. 127/128) e a Revista Lusitana (1887-1943).
2 Cf. Gramática do Português (pp. 127/128).