Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Christian Marr's Músico, Escritor Torres Vedras, Portugal 1K

Sou um amante de poesia e, a nível nacional, tenho uma grande estima pela arte de Miguel Torga (1907-1995). Defendo que o poema "Sísifo" detém uma profundidade rara e propõe uma conexão imediata às palavras utilizadas. Um poema simples e genial.

No entanto, há uma passagem sobre a qual tenho uma dúvida gramatical:

«Recomeça....

Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...»

Os versos «Enquanto não alcances / não descanses» são obviamente inteligíveis, mas a utilização de alcances deixa-me sempre na dúvida sobre se não seria mais correto alcançares. Está correto? Ou demonstra a utilização de licença poética para que os versos rimem emparelhadamente?

Obrigado desde já.

Mari Alves Professora Lagoa da Prata, Brasil 1K

Em relação à concordância verbal a frase abaixo está correta?

«Sua vida era a escrita, a leitura, a música.»

Obrigada.

Ana Gonçalves Administrativa Portugal 2K

Vi recentemente um exercício de gramática que suscitou uma dúvida. No exercício pedia que se sublinhasse o complemento oblíquo: «Sempre que tem problemas, a Mónica recorre aos pais.»

Nas soluções do exercício aparece «aos pais» como complemento oblíquo.

No exercício seguinte era, então, pedido que substituíssem o complemento oblíquo por um pronome (precedido de preposição). Nas soluções aparecia «Sempre que tem problemas, a Mónica recorre a eles».

É possível dizer-se/escrever-se "recorre-lhes"? Se sim, não seria de considerar que "aos pais" é complemento indireto?

No mesmo exercício, numas alíneas à frente, aparecia a frase «Ele estava muito feliz com aquela notícia».

«Muito feliz» acredito que seja predicativo do sujeito por ser "pedido" por um verbo copulativo (estar).

Assim, qual seria a função sintática de "com aquela notícia"? Modificador?

Obrigada pela atenção.

Bruno André Desempregado Usseira, Portugal 6K

Qual a diferença de usar «não lho levaria a mal» e «não lhe levaria a mal»?

Eu posso substituir o lho pelo lhe?

Obrigado.

Marta Miranda Terapeuta da fala Trofa, Portugal 1K

Do ponto de vista linguístico, como explicam que uma criança faça o erro seguinte: «Ela me chateou-me!», «Ele me disse-me», «A Ana me bateu-me!»?

Obrigada.

Valdecir Tozzi Químico São José dos Campos, Brasil 3K

O verbo aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, normalmente com a preposição a.

Na oração «aspirar pilotar um jato» por que é omitida a preposição a?

Thiago Lopes Estudante Brasil 1K

Comecei a escrever uma narrativa, e iniciei o texto com a expressão «Nas proximidades de».

Achei que ficou legal e passava o que queria transmitir, mas usei um corretor de textos online para checar se estava tudo certo, e apareceu que essa expressão era uma expressão prolixa, que era preferível usar a expressão «próximo de».

Isso significa que não posso usar a expressão nas proximidades? Mesmo eu achando que ficaria melhor?

António Antão Professor aposentado Braga, Portugal 1K

No jornal Público de 19/01/2023 escreve-se em título «Amílcar Cabral em 50 objetos, um para cada ano da sua morte».

Pergunto se esta construção sintática está correta, concretamente, se não deve ser «após a» em vez de «da».

Vanda Figueiredo Professora Portugal 3K

Podemos utilizar o advérbio talvez com o presente ou com o pretérito imperfeito do conjuntivo, sendo que com este último tempo verbal a ideia de dúvida é mais intensa e pode referir-se a ações presentes, futuras ou passadas.

Neste sentido, está correto dizermos "Não me sinto bem. Talvez deva/devesse ir ao médico agora." (valor de presente), ou "Estou doente. Talvez seja/fosse melhor ficar em casa amanhã" (valor de futuro).

Mas parece-me incorreto dizer "Ainda não sei onde vou de férias. Talvez fosse ao Brasil." ou "Talvez houvesse mais trânsito atualmente". Nestas duas frases, parece-me que apenas podemos utilizar o presente do conjuntivo.

Se assim for, em que circunstâncias temos de usar o presente ou o imperfeito do conjuntivo com o advérbio talvez?

Muito obrigada.

Daniel Dimas Pelição Funcionário público Bauru, Brasil 1K

«Ele é o viajante que se orienta pelas estrelas.»

Nessa frase há a voz passiva sintética?

A expressão «pelas estrelas» é o agente da passiva em uma voz passiva sintética?

Na passiva sintética é correto usar o sujeito paciente antes do verbo como na frase acima (o viajante que se orienta) e nestas frases?

«Apartamentos se alugam.»

«Um erro se cometeu.»

«Casas se vendem.»

«Uma recompensa se ofereceu.»