DÚVIDAS

O uso de porquê
Consciente das diferenças quanto à normatização do uso dos porquês nas variantes europeia e americana da língua, eu, como brasileiro e utilizador da segunda, gostaria (ou gostava) de saber se são corretas, de acordo com a variante americana, as formas a seguir. Penso que o são: «E o prenome, escolhido sabe-se lá o porquê, bem poderia induzir em erro» e «o prenome, escolhido sabe-se lá por quê, bem poderia induzir em erro».
Sobre o termo croça
Pelo o que se lê no Aulete Digital, depreende-se que croça (ou crossa, em outra grafia) é palavra que designa o báculo (bastão episcopal) como um todo, isto é, desde a extremidade superior recurvada até a inferior reta. Além disto, em outra acepção e por metonímia, é o nome apenas da parte recurva superior, a qual forma uma espécie de gancho ou espiral. Pois bem, quando vejo em livros e enciclopédias a referida palavra, parece ser nesse último sentido, pois não raro aparecem junto ilustrações, geralmente fotográficas, mostrando essa parte superior do báculo rica e artisticamente trabalhada, com imagens de santos e símbolos cristãos entalhados no meio da madeira que a forma, ou até mesmo toda ela feita de ouro ou prata, neste caso também com adornos ricos, incluindo pedras preciosas. Daí surgiu-me a dúvida se croça (ou crossa), nesse último significado mencionado no parágrafo anterior, denomina a parte superior do bastão episcopal, somente quando é ricamente confeccionada, ou também quando é simples, tendo somente a voluta, sem enfeite nenhum, como sói acontecer com a maioria dos báculos episcopais, ao menos com os que tenho visto aqui no Brasil. Quanto a grafia da referida palavra, a tendência dos hodiernos dicionários brasileiros da língua portuguesa parece ser a preferência pela forma crossa, por amor à etimologia imediata, o francês crosse, o qual vem do frâncico, ou germânico, krukkya. Parece ser coisa certa que crosse é a origem mais próxima da nossa croça, uma vez que aquela palavra francesa tem justamente o mesmo significado: báculo episcopal. Além de tudo, croza, da língua espanhola, graficamente parecida com croça, tem também o mesmo sentido, provindo igualmente de crosse, segundo o Diccionario de la Lengua Espanhola, em linha, da Real Academia Espanhola. Sendo assim, seria melhor mesmo escrever crossa, abandonando de vez a grafia pseudoetimológica croça, desde há muito a mais usada na nossa língua. Por favor, a luz refulgente do Ciberdúvidas, tanto sobre a questão semântica quanto a respeito da ortográfica.
Causa de ambiguidade
Sou estudante do curso de Direito e, em uma prova da matéria Linguagem Forense, a professora deu uma questão, com uma frase ambígua, perguntando qual o motivo da ambiguidade e solicitando a correção.Quero saber se consigo desfazer a ambigüidade da frase corrigindo a pontuação: «Proibido o uso de colete salva vidas no pedalinho sem camisa» colocando a expressão «no pedalinho» entre vírgulas.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa