A frase «começar do começo» é um pleonasmo vicioso? A justificativa é que só se começa do começo? Ou há erro em tal afirmação?
Quantos deíticos contém a frase «por aqui passou gente famosa»?
Estou aqui a estudar o Memorial do Convento [de José Saramago] e deparei-me com a expressão «porque pagamos com língua de palmo e a vida palmo a palmo».
Alguém poderia ter a gentileza de me ajudar a descodificar tais palavras?
Em português de Portugal, podemos dizer que fazemos algo «de coração» (e.g. «ela desejava de coração que o António fosse viver com ela outra vez»; «eu sei que ele me perdoou de coração e não guarda nenhum tipo de rancor», «o que eu fiz pela minha mãe, fi-lo de coração», etc.)?
Em documentos relacionados com ecologia fluvial é frequente encontrar-se alternância entre o termo ripário e ripícola para referir organismos que se encontram associados à zona adjacente a linhas de água. Por exemplo: «galeria ripária» e «galeria ripícola». Algum dos termos está errado, ou é menos correto neste contexto?
Ouvindo na rádio uma reação ao falecimento da professora Maria Helena Rocha Pereira – por sinal, um dos seus ex-alunos na Universidade de Coimbra –, estranhei que se lhe tenha referido como «a Mestre». Mestre não faz o feminino mestra? Será que estamos aqui também em presença do mesmo tipo de resistência ao feminino poetisa e juíza, por exemplo?
Os meus agradecimentos pelo esclarecimento.
Ultimamente está na moda usar essa palavra como algumas blogueiras vêm usando. Elas dizem que estão «apaixonadas nesse vestido», «apaixonei nessa bota». Porém não consigo entender o uso dessa expressão. Me soa muito errada. Pois quem se apaixona, se apaixona "por" alguma coisa, e não "em" alguma coisa.
Correto?
Está à venda nas livrarias um livro da Editorial Presença com o título A História me Absolverá sobre o julgamento de Fidel Castro pelo regime de Fulgencio Batista em 1953. Se lermos este excerto que a editora disponibilizou, podemos concluir que este livro está escrito na versão europeia do português. O título não deveria ser A História Absolver-me-á? Ou a mesóclise não é obrigatória neste caso?
Essa expressão, «em meio a», acaso tem alguma legitimidade, ou é [uma particularidade do português do Brasil] brasileira sem sentido, à semelhança do «por que...?», em vez de «porque...?»? É que a tenho encontrado unicamente entre brasileiros, e sempre lhes respondo que é erro, e que não faz sentido nenhum, e que correcto é «no meio de», porque não se está em meio a alguma coisa, mas, sim, no meio de alguma coisa. Frases como estas: «tenho uma casa em meio à floresta», «em meio ao espectáculo, ele levanta-se e vai-se», «em meio à contenda, ele desmaia»: isto faz algum sentido? Não é evidente que deve ser: «tenho uma casa no meio da floresta», «no meio do espectáculo, ele levanta-se e vai-se" (ou, também, «durante»), «e no meio da contenda, ele desmaia»(também faria sentido usar «durante»)?
Na frase «a imagem desapareceu do espelho», a expressão «do espelho» desempenha a função de complemento oblíquo, ou de modificador do grupo verbal?
Muito obrigada.
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