Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Controvérsias
Polémicas em torno de questões linguísticas.

Trinta anos depois do 25 de Abril, não temos grandes razões para estar satisfeitos com o nosso progresso cultural. O analfabetismo diminuiu, a escola abriu-se, as manifestações artísticas multiplicaram-se, o programa editorial ampliou-se - mas a iliteracia real dos portugueses faz da alfabetização um mero índice estatístico e as opções oferecidas pelo ensino ressentem-se da quebra de uma formação de base sólida e carecem de um magistério habilitado. Por outro lado, a multiplicação das activid...

Os linguistas, afinal, gostam ou não de literatura? A polémica continua a provocar reacções

Vasco Graça Moura

1. A senhora Dr.ª Inês Duarte ficou muito enxofrada por eu ter dito que os linguistas odeiam a literatura. Escusava de se abespinhar tanto com a minha provocação, porque, como entenderá quem for medianamente capaz de interpretar uma frase no contexto em que...

A nova arquitectura curricular e o programa de Língua Portuguesa trazem para a discussão o papel da literatura e dos textos literários no ensino da língua materna

Do Ensino Básico e Secundário chegam-nos, com infalível regularidade, notícias pouco animadoras: ou porque o insucesso em Matemática atinge níveis escandalosos; ou porque a falta de competências na língua materna, tanto ao nível da leitura como da escrita, é um constrangimento que o aluno transporta p...

Contributo para uma polémica desencadeada por Vasco Graça Moura sobre o papel dos linguistas na elaboração dos programas de Português

As ciências modernas contam-se entre os mais notáveis triunfos e tesouros culturais da humanidade. Como outros, merecem (...) um tratamento escrupuloso e respeitador. Noam Chomsky

1. "Os linguistas têm ódio à literatura"

«A forma como o Português é ensinado <br> é escandalosa»
Contra «a realidade menor» da literatura

Nesta entrevista* à jornalista Alexandra Lucas Coelho o poeta, escritor, tradutor e ex-ministro Vasco Graça Moura (1942-2014diz que se estivesse no lugar de ministro da Educação teria tentado suspender os programas de Português, propondo acções correctoras para os próximos três anos e sugere que professores de literatura preparem entretanto um programa alternativo.

* in jornal "Público", de 1 de fevereiro de 2004. Texto escrito segundo a norma ortográfica de 1945.

Uma nova resposta a Vasco Graça Moura, nesta polémica sobre o ensino do Português

Inês Duarte

Lamentavelmente, no espectáculo encenado pelo dr. Graça Moura, os linguistas e quaisquer outros intelectuais com um pingo de rigor e honestidade científica seriam um erro de "casting". É que o ensino do Português é um tema demasiado sério para um guião elaborado com tanta leviandade, paroquialismo e arrogância.

Reflexões acerca do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa

«A edição do dicionário da Academia da Ciências de Lisboa – escreve neste artigo Fernando Peixoto da Fonseca – deve saudar-se, primeiro porque finalmente saiu como obra completa, isto é de A a Z, ao contrário das duas anteriores tentativas (fins dos séculos XVIII e XX), que se ficaram pela letra A. O facto de ser constituído por dois volumes é secundário, poderia tê-lo sido só por um, como o da Academia Espanhola. O importante é ter sido por fim dado a lume, se bem que bastante atrasado relativamente ao da Academia Francesa, do tempo de Richelieu  (...)»

Com todo o respeito, permito-me discordar frontalmente da resposta dada à questão sob o título "...uma das autarquias que... apresenta/apresentam". Na frase em apreço, ao contrário do afirmado, não são possíveis ambas as hipóteses ("A C. M. do Porto é uma das autarquias que, a nível nacional, apresenta uma das mais baixas taxas de absentismo do país" e "A C. M. do Porto é uma das autarquias que, a nível nacional, apresentam uma d...

Ao retomar o tema "...uma das autarquias que... apresenta/apresentam", gostaria de agradecer a Jorge Madeira Mendes a leitura atenta da resposta que dei. E faço-o com a consciência de que a reflexão sobre a nossa língua comum é a melhor forma de a honrarmos e de a preservarmos na sua diversidade.

Gostaria ainda de asseverar o meu profundo respeito por todos aqueles que se interessam por estas lides e/ou a elas se dedicam.

No artigo "A praga dos neologismos" (EXPRESSO / Única 26/7/03), preocupa-se Paulo Querido com a entrada e difusão de neologismos relacionados com a Internet. E tem razão em preocupar-se.