Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Cristina Guarda Consultora Coimbra, Portugal 10K

Gostaria de saber se a palavra "subsidiação" existe? Vi-a num título de um jornal nacional, apresentada entre aspas, mas não encontrei o seu significado em nenhum dicionário português.

Maria Leite Mestranda em Antropologia Alverca, Portugal 38K

Obrigada por este instrumento precioso que é o Ciberdúvidas.

Fiz uma busca rápida, mas não encontrei o que queria, por isso vou pôr a questão. Estou a transcrever uma entrevista e à pergunta «Estudou?» a resposta foi «Sim, fiz o 1.º e o 2.º Grau e não fiz Faculdade». Pergunto se "Grau" deve escrever-se com maiúscula e "Faculdade" também, uma vez que "Grau" tem aqui o valor de uma qualificação oficial e tem, penso, o valor de nome próprio; e "faculdade" também, embora não se trate de uma Faculdade específica, estando a palavra a substituir um nome próprio omitindo a restante designação, mas entendo que, como estabelecimento oficial de ensino, assume tal como "Grau" o valor de substantivo próprio.

Mais à frente o informante diz «fiz cursos de pedagogias» e, relativamente à palavra «pedagogias», tenho a mesma dúvida, porque não é dito o título do curso frequentado e porque a palavra no plural não pode adquirir o valor de nome próprio, penso eu.

Podem esclarecer-me?

Mariana Dias Universitária Aracaju, Brasil 17K

Como escrever corretamente esta palavra que nem deve constar nos nossos dicionários da língua portuguesa? Filé mion? Filé mingnon?

Marcelo de Souza Estudante Torres, Brasil 6K

Tenho uma dúvida que anda tirando o meu sono. Há alguns dias, prestei uma prova para um concurso, o mesmo trazia a seguinte questão:

«Em 2206 foram reportados acidentes em 68 países — e sete áreas não reconhecidas como nações independentes — em todos os continentes.»

Dentre algumas afirmações, a resposta correta dizia que os travessões poderiam ser trocados por vírgulas. Minha dúvida é quanto ao uso da vírgula, ou dos travessões, pois acredito que o e colocado após o travessão, possa ser uma conjunção aditiva, sendo, portanto, desnecessário ou irregular a expressão citada acima vir isolada entre vírgulas ou travessões, logo a questão formulada estaria errada. Estou certo ou equivocado? Se for possível responderem-me aguardo resposta e parabéns por este espaço.

Luís Afonso Revisor de textos Queluz, Portugal 17K

Uma das minhas actividades é a revisão de textos e tenho-me deparado com uma dificuldade em particular para a qual não encontrei ainda respostas satisfatórias.

Gostaria de saber se existe alguma norma para a grafia de certos termos compostos utilizados nos vários ramos das ciências. Refiro-me, nomeadamente, a exemplos como os seguintes: "sócio-económico" ou "sócio-político", que tenho visto como "socioeconómico" ou "sociopolítico" respectivamente. Mas, se a estes acrescentarmos mais uma palavra, como por vezes acontece, teremos "sócio-político-económico", "sociopolítico-económico", "sociopolíticoeconómico" ou alguma outra variante? É que a eliminação dos hífens e a pura justaposição das palavras torna-se progressivamente mais difícil de ler.

Por outro lado, a prática, ao que parece generalizada, de eliminar os hífens traduz-se por vezes em resultados um tanto ou quanto insólitos, como por exemplo "imunohemoterapia" ou, pior ainda, "parathormona". Aliás, a respeito destes dois últimos exemplos, gostaria de saber se os campos da medicina e da farmacologia ou da química, para citar apenas estes, estão isentos, na sua terminologia específica, de terem de se submeter às regras linguísticas.

Pergunto isto, por já ter visto termos como "dehidrohepiandrosterona" ou "hidroxietilcelulose" (sem qualquer hífen) ou como o incrível "cloridrato de trans-4-[(2-amino-3,5-dibromobenzil)amino]-ciclohexanol" — com os hífens e os parênteses exactamente como indico aqui.

Onde poderei então encontrar indicações fiáveis (?!) relativamente à utilização ou não dos hífens?

Obrigado!

Vespertina Saúde Professora Lisboa, Portugal 55K

Gostava que me esclarecesse a seguinte dúvida: qual a preposição adequada para disponibilizar e estar disponível? Disponibilizar para alguém? Ou a alguém? Estar disponível para alguém ou a alguém?

Obrigada.

Manuela Vieira Professora Lisboa, Portugal 62K

Gostaria de ser informada quanto à diferença entre «agente do estado» e «funcionário público».

Maria Teresa Sousa Estudante Lisboa, Portugal 12K

Como fica o adjectivo pacífico no grau superlativo absoluto sintético?

 

Elisabete Gonçalves Professora de Português Braga, Portugal 29K

Qual a forma mais adequada/correcta da negativa de «Posso comê-lo»? É «Não posso comê-lo», ou será «Não o posso comer»? Eu "simpatizo" mais com a 1.ª opção, mas tenho uma colega que insiste que só a 2.ª está correcta.

Concordo que, na forma negativa, o pronome deva ser anteposto ao verbo (Ex.: «Não o faço»; «não te lembres disso»; «não me molhes»; «não o encontro»). Porém, em caso de complexos verbais, como poder/querer e infinitivo («quero beber o sumo»; «posso ler o livro»), assim como ao substituir o complemento directo pelo pronome, ficando assim «Quero bebê-lo» e «Posso lê-lo», também me parece que na negativa deve ficar «Não posso lê-lo», em vez de «Não o posso ler», e «Não quero bebê-lo», em vez de «Não o quero beber». A anteposição do pronome é correcta e obrigatória em casos em que o núcleo do predicado é um só verbo, como nos primeiros exemplos que apresentei, todavia não considero que o pronome deva estar anteposto quando o núcleo do predicado é composto por mais que um verbo.

Miguel Calejo Consultor Lisboa, Portugal 10K

As mediadoras imobiliárias costumam colocar nos cartazes nos imóveis que têm à venda a palavra "Vende-se".

A minha dúvida é se se deve colocar a palavra "Vende-se" ou "Vende".

"Vende-se" parece-me que significa que o imóvel se vende a si próprio, o que não é o caso, pois recorre-se a uma mediadora para o vender!

Pergunto se utilizar "Vende" seria o correcto: «A Mediadora Tal e Tal vende...» (embora nesta situação também não seja a Mediadora que vende, pois não é a proprietária do imóvel, apenas intermedeia o negócio).