Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
António Chirindza Estudante Maputo, Moçambique 4K

Gostaria de saber se é possível a pronominalização dos nomes, em caso de omissão de artigos.

Exemplo:

«Armando Guebusa terminou a sessão; vimo-lo a sair...»

— repare-se que há omissão do artigo, pelo que, dum ponto de vista rigoroso, no meu parecer, a frase seria «vimos a ele» (situação agramatical); para isto, há um argumento mais forte na vossa resposta Amar a Deus, Ver a Deus, etc. No entanto, neste caso, pronominalizando os termos, ficaria sendo agramatical — «Amar-Lhe», «Ver-Lhe»; e visto também que o nome Deus, entre outros, dá lugar à omissão do artigo.

O facto associa-se, ainda, aos nomes das entidades, figuras, estadistas (o caso que me referi acima – Armando Guebuza), quando estes são mencionados em situações que exigem certa formalidade.

No entanto, algumas prominalizações:

1. «O avião chegou; eu vi-o a aterrar.»

2. «Deus ama os homens; amem-nos também.»

3. «Moisés falou com Deus; se provável, ele vi-O.» — É correcto?

Sem querer causar algumas confusões, a pergunta é, portanto: como ocorre a pronominalização dos nomes sem artigos?

Muito agradeço a atenção; e bom trabalho!

Maria de Jesus Professora Ubajara, Brasil 28K

Depois da queda do e no latim vulgar, porque temos os singulares mar, sol, mês e os plurais mares, sóis e meses?

Pedro Duque Engenheiro Lisboa, Portugal 3K

Numa viagem recente a Angola constatei que lá, ao perguntar-se qualquer coisa como «já tens isso feito?», a resposta mais comum é «Ainda!». Assim, sem mais nada.

A razão dada é que como nunca se diz «Ainda sim», ao responderem só «Ainda», o «não» está implícito.

Estará isto correcto?

Susana Oliveira Técnica editorial Lisboa, Portugal 3K

Ao fazer a revisão de um texto, corrigi a oração «(...) que aí terá nascido cerca de 1541» para «(...) que aí terá nascido em cerca de 1541».

O autor do texto questionou a validade da correcção, e eu gostaria de saber qual é a forma correcta.

Ao pesquisar o site, apenas encontrei referência à dúvida «nascido em» ou «nascido a», e a explicação apresentada sustenta a minha correcção. A colocação do advérbio cerca permite omitir a preposição?

Obrigada.

Arnaldo Gonçalves Académico Macau, China 6K

Numa tese de doutoramento sobre a China, ando à procura da melhor palavra para corresponder ao inglês chineseness, isto é, «ser ou sentir-se chinês». Em português temos lusitanidade como essa consciência de se sentir português. Como é que acham que posso formar idêntica construção linguística para os chineses?

Fico grato.

Iolanda Moura Téncnica superior Lisboa, Portugal 10K

A alínea d) do art.º 185.º do regulamento do contrato de trabalho em funções públicas refere que se consideram justificadas as faltas «motivadas por impossibilidade de prestar trabalho devido a facto que não seja imputável ao trabalhador, nomeadamente doença, acidente ou cumprimento de obrigações legais».

O nomeadamente, como já li numa resposta dada aqui (24 817), não significa «circunscrever», podendo abarcar outras situações para além daquelas referidas a título principal, não é verdade? Como afirmam, «não ficam obrigatoriamente esgotadas todas as possibilidades, quando se enumeram algumas hipóteses após o seu emprego, apenas implica que enunciamos as mais importantes».

Contudo, numa outra resposta (4684) é dito que nomeadamente significa «designando o nome» circunscrevendo aos nomes aí referidos. Em que é que ficamos? Em que situações é que circunscreve e em que situações isso não acontece? E na questão que coloco, o que se deve entender?

Obrigada.

Aguardo resposta breve.

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 4K

Quais seriam os gentílicos de Xanto e Mira, cidades da antiga região da Lícia, na Anatólia, sendo a primeira mencionada a capital da dita região?

Muito obrigado.

Ney de Castro Mesquita Sobrinho Vendedor Campo Grande, Brasil 2K

Qual seria o gentílico de Sardes, capital da antiga região da Lídia, na Anatólia?

Muito obrigado.

António Chirindza Estudante Maputo, Moçambique 11K

Qual a diferença entre sabedoria e conhecimento? Contudo, pesquisei num dicionário, e encontrei o seguinte, entre outras definições:

I. Conhecimento, nome masculino:

1. faculdade de conhecer

2. relação directa que se toma de alguma coisa

3. noção

4. informação

5. experiência

6. domínio teórico e/ou prático de determinada área

7. FILOSOFIA forma de entendimento que representa o acto de conhecer implicitamente contido na coisa conhecida

8. pessoa com quem se têm relações sociais

II. Sabedoria, nome feminino:

1. grande abundância de conhecimentos; erudição; saber

2. qualidade de quem é sabedor; bom senso

3. conhecimento rigoroso da verdade

4. ciência; razão

5. prudência; rectidão

6. conhecimento popular; saber empírico

No entanto, continuo em profundas confusões; e não sei se as definições acima bastam, pois poderiam, ilustres irmãos (na Língua), dar-me um argumento com mais precisão, claro e abreviado.

Agradeço a atenção!

Thomas Gonçalves Publicitário São Paulo, Brasil 14K

Gostaria de saber como fica a utilização do hífen em pospositivos de origem tupi, como -mirim e -guaçu, com o novo acordo ortográfico. Exemplos: moji-mirim, moji-guaçu, biritibamirim, embu-mirim, embu-guaçu, apiaí-mirim, barueri-mirim, capivari-mirim, baquirivu-guaçu, jacaré-guaçu, taquari-guaçu, taquari-mirim, supucaí-mirim, etc.

[Notem, todavia, que] não estou interessado no uso feito pelos topônimos, que, em geral, não observam regra alguma. Gostaria de saber qual seria a regra correta, tanto a antiga quanto a moderna, para esses casos, quando consideramos esses substantivos meras palavras (ainda que não sejam observadas). Ou seja, se a palavra anterior termina em sílaba tônica, ou em determinada vogal, o uso seria, obrigatoriamente, com hífen ou tudo junto, a partir de agora? Segue minha pergunta anterior novamente (removi as letras maiúsculas para não pensarem que se trata de topônimos).

Obrigado.