É verdade que a maioria das consoantes finais l, r, s e z em palavras singulares resultam da apócope da vogal e na passagem do latim para o português (ex.: mare > mar; mense > mese > mês; voce > voze > voz; male > mal).
Relativamente à formação do plural desse tipo de substantivos, existem regras, tal como nos é apresentado na Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, no capítulo que trata os substantivos. Veja-se:
1. Os substantivos terminados em -r, -z e -n formam o plural acrescentando -es ao singular (ex.: o mar – os mares; o rapaz – os rapazes; o abdómen – os abdómenes).
2. Os substantivos terminados em -s, quando oxítonos, formam o plural acrescentando -es ao singular, mas, quando paroxítonos, são invariáveis (ex.: o ananás – os ananases; o mês – os meses; o atlas – os atlas; o oásis – os oásis).
3. Nos substantivos terminados em -al, -el, ol e -ul o plural é formado pela substituição do -l por -is (ex.: animal – animais; farol – faróis). São excepção a esta regra algumas palavras, tais como mal, real (moeda), cônsul e os seus derivados, fel e aval, que fazem, respectivamente: males, réis, cônsules, geles, feles e avales. Também a palavra gol, variante brasileira de golo, é uma destas excepções, já que no plural pode ser goles1. Algumas palavras aceitam duas formas de plural; exemplos disso são as palavras mel e gel, cujos plurais podem ser, respectivamente: meles e méis, geles e géis.
4. Os substantivos oxítonos terminados em -il mudam o -l para -s (ex.: barril – barris; funil – funis).
5. Os substantivos paroxítonos terminados em -il substituem esta terminação por -eis (ex.: fóssil – fósseis; réptil – répteis).
Esperamos ter ajudado.
Sobre o plural de gol, o Dicionário Houaiss anota o seguinte: «pl.: gols (barbarismo consagrado pelo uso), goles (ô) e gois.»