Quando empregar, em uma frase, incomum e «em comum»?
Apesar de ter já efectuado alguma pesquisa, não consigo encontrar uma regra de pontuação específica a aplicar nas legendas de imagens. Seja em trabalhos, livros ou outros, ao legendarmos uma determinada imagem, deveremos colocar pontuação se a nossa legenda for um texto e não pontuar se se tratar de um título ou uma descrição breve da imagem (ex.: nomes de pessoas, lugares, etc.)? No caso específico de termos de descrever, por exemplo, a posição das pessoas numa imagem (ex.: da esquerda para a direita, aninhados, em pé, etc.), deveremos colocar ponto final?
Aplica-se a mesma regra de «O mais (...) possível» à seguinte frase — «tentar captar as melhores imagens possível de certas espécies», ou mantém-se o plural «melhores possíveis»?
Obrigada pelo esclarecimento.
As palavras alado e aluir têm que significado? Podem fazer-me um exemplo de duas frases que utilizem cada um destes dois termos?
Recentemente, consultei o Ciberdúvidas a respeito do gentílico da Bucovina, região romena, e, como resposta, me foi enviado um correio eletrônico apontando um parecer do nuperfalecido consultor Fernando Venâncio Peixoto da Fonseca exarado, em 17 de janeiro de 2008, para uma consulente portuguesa sobre o tema da minha consulta deste ano de 2010. [...]
Pois bem, em que pese a alta erudição do Sr. Fernando da Fonseca, atrevo-me a dizer que são bastante discutíveis as formas por ele abonadas para os gentílicos das regiões romenas. Examinarei abaixo caso por caso.
A julgar pelo o que se lê, o gentílico da Bucovina seria "bucovineano", e não "bucovino", como eu cuidava. Ocorre que a terminação –eano somente aparece em gentílicos derivados de topônimos terminados em –eia ou -eio, sendo o e parte do topônimo antes ia ou io finais. Neste caso, o sufixo é apenas –ano. Em português, há –ano antecedido por e, em casos como o mencionado, -ano não antecedido de e, e –iano. O que digo é o que se depreende do que afirmou o saudoso João Carreira Bom em uma resposta sua de 13 de julho de 1999. Então, como Bucovina não termina em –eia ou –eio, "bucovineano" só pode estar errado.
Por outro lado, bucovino e suas variações bucovina, bucovinos, bucovinas estão de acordo com a formação de gentílicos a partir de topônimos terminados em –ina e –inas. Exemplos: de Filipinas, se fizeram filipino(s), filipina(s); de Argentina, se fizeram argentino(s), argentina(s); de Herzegóvina, se fizeram herzegóvino(s), herzegóvina(s). Some-se a tudo isto o fato de que há bucovino registrado em sítios brasileiros na Web. Logo parece ser ele o melhor. Somente consultei o Ciberdúvidas a este respeito, pois não encontrei bucovino consignado em nenhum dicionário importante do nosso idioma. Daí a minha insegurança que me fez consultar o Ciberdúvidas. O hipotético "bucovineano" também não ocorre em léxicos por mim conhecidos.
De Oltênia, seria melhor "olteno", já que, de Romênia, se fez romeno; de Rutênia, se fez ruteno; de Eslovênia, se criou esloveno. Outras formas possíveis seriam, creio eu, oltênio, olteniano, já que, de Estônia, se fizeram estônio e estoniano. "Olteano" parece não enquadrar-se nas regras de composição de gentílicos.
Tudo o que se disse acima vale para "munteano", suposto gentílico de Muntênia.
Quanto ao gentílico de Dobrogea, creio que seria melhor saber, antes de qualquer coisa, qual deveria ser a forma aportuguesada do nome dessa região romena. Desconfio que seria "Dobrogeia", ou "Dobrogueia". Se sim, então seria "dobrogeano" ou "dobrogueano" estariam corretos.
Sempre segundo as diretrizes a nós apresentadas por Carreira Bom, de Banat, não se faria "banateano", mas outras coisas, como "banatano", "banatiano", talvez até "banatense" ou "banatês".
Quanto a "bassarabeano", preconizado pelo Sr. Fonseca, creio que também é problemático. Em primeiro lugar, deriva de Bassarabia, nome da língua romena para a tal região. Em português, é Bessarábia, do qual não se poderia, pelas razões já citadas, dar "bassarabeano" nem "bessarabeano". Além disto, os dicionários brasileiros e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (de Portugal) consignam bessarábio, o qual deve ser a forma preferida por nós os lusoparlantes.
Embora a consulente, a quem foi precipuamente dada da resposta supracitada de 17/1/2008, nada tenha indagado sobre transilvano, valáquio e moldavo, é de se notar que são formas corretas e consagradas em nossa língua e em seus dicionários. Apenas se deve dizer que, a par de valáquio, há também valaco, forma registrada pelo menos no Aulete Digital. Esta última é a minha preferida quando me refiro à Valáquia e a seus habitantes e naturais.
Pena que nada se falou sobre os gentílicos de "Crisana" e de "Maramures", duas outras regiões da Romênia. Talvez poder-se-ia fazer isto agora.
Que entre em erupção o vulcão de sabedoria chamado Ciberdúvidas, lançando o seu rio de lava ardente de conhecimento vivo e profundo.
Muito obrigado.
Gostaria de saber qual o adjetivo pátrio de quem nasce em Barra do Sotero.
Grato.
Nos serviços de saúde e de segurança social da Austrália, verificam-se muitas traduções da palavra inglesa carer para cuidador, e carer services para «serviços de cuidados», o que me soa estranho, pois parece-me que cuidado é uma coisa que se tem, e cuidadoso uma coisa que se é, e não uma coisa que se serve. Ex.: «Eu tenho sempre cuidado em lavar as mãos antes de comer.» Ex.: «Eu sou cuidadoso com o meu pai.»
Não seria melhor usar-se a palavra assistente («aquele que presta assistência») ou «prestador de serviços de assistência» ou mesmo ajudante, empregado ou até criado?
Há alguns dias ouvi um perito em avaliação do desempenho docente falar em «actividade supervisiva» a propósito da supervisão pedagógica. Não encontro a palavra "supervisiva" nos dicionários. A expressão está correcta, ou deveria ter sido dito "actividade supervisora"?
Diz-se "desconchâvo", ou "desconchávo"?
Obrigado.
Gostaria de esclarecer uma dúvida que surgiu em um debate sobre as famosas vírgulas. Na frase: «Alunos, nessa aula, falaremos sobre a importância da Língua Portuguesa.»
Nossa dúvida é se depois da palavra aula a vírgula é obrigatória. Acreditamos tratar-se de um adjunto adverbial deslocado.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações