Consideramos as três frases correctas e praticamente equivalentes quanto ao seu significado, apresentando como única diferença o grau de exactidão relativamente à referência temporal do evento em questão, ou seja, «a chegada do avião». Vejamos:
1. «A chegada do avião está prevista para as 14h35 [em ponto].»
2. «A chegada do avião está prevista às 14h35 [em ponto].»
3. «A chegada do avião está prevista pelas 14h35 *[em ponto].»
Como podemos ver, nas frases 1 e 2 é possível acrescentar o grupo preposicional «em ponto», mas se o fizermos em 3 geramos uma sequência agramatical (assinalada com asterisco). Assim, verifica-se uma ligeira nuance de significado: em 1 e 2, espera-se que o avião chegue a uma hora certa; em 3, existe um marco temporal aproximado, passível de oscilações.
Note-se, ainda, que, se, em vez de «está prevista», tivéssemos «prevê-se», estaríamos perante um caso de ambiguidade. Vejamos:
4. «Prevê-se a chegada do avião para as 14h30.»
5. «Prevê-se a chegada do avião às 14h30.»
6. «Prevê-se a chegada do avião pelas 14h30.»
A interpretação das duas últimas frases (5 e 6) é ambígua, dado que a referência temporal pode estar relacionada com o momento de chegada do avião ou com o momento em que se faz a previsão da chegada.
Se quisermos manter estas duas preposições, aconselhamos a desambiguação da seguinte forma:
7. «Prevê-se que o avião chegue às 14h30.»
8. «Prevê-se que o avião chegue pelas 14h30.»
Novamente, verificamos alterações quanto à referência temporal; em 7, o tempo do evento é fixo, mas em 8 existe uma referência mais vaga. Estas variações semânticas dizem respeito às propriedades de cada uma das preposições em questão.