Pode escrever-se «bem hajas», se trato por tu a pessoa a quem me estou a referir ?
É correto utilizar a expressão «mas sim»/«depende sim» depois de uma frase na negativa, como por exemplo: «Portanto, não dependem da variação da atividade de uma dada empresa. Dependem sim da estrutura criada e resultam do investimento num determinado tipo de estrutura fixa»?
Obrigado.
No poema "Barca Bela" [de Folhas Caídas] de Almeida Garrett (1799-1854), o ultimo verso deve grafar-se "ó pescador " ou "oh pescador"?
Obrigada.
Desde criança que oiço o termo “espenéfico”, com o sentido de «espevitado, atrevido, pretensioso»: «Andas muito espenéfico – disse a mãe ao filho, já farta de o ver armado em engraçadinho.»
Com espanto, não encontrei este vocábulo em nenhum dos vários dicionários que consultei. No entanto, numa busca no Google, esta palavra aparece utilizada por algumas pessoas, duas das quais afirmam «estar em todos os dicionários»!...
[Exemplos:]
– «Em tempos do "Botequim" à Graça, ouvi a Natália Correia dizer a propósito da actual jurada do Prémio Pessoa: "o quê? Essa espenéfica"?
Pensei que se tratava de um regionalismo açoriano. Mas afinal a palavra, muito adequada, está em todos os [d]icionários de [p]ortuguês. [...]
O significado anda mais ou menos na área semântica d[e]: presumido, pretensioso no aspecto e nos modos.
E está realmente em todos os dicionários.» (blogue Insónia, 29/05/2006)
– «A Joanita está um bocado espenéfica, não deve interessar a partido nenhum. Tem que ir à psicanálise e pedir perdão ao Guru Louçã.» (blogue Arrastão, 01/08/2009)
– «Nunca te calas e nem ouves o nome das pessoas, sê menos espenéfica.» (página de Facebook)
– «Ele queria aquele, claro, mas mesmo assim foi buscar outro e a espenéfica foi atrás! (blogue Travelling with Ritinh@, 19/04/2007)
Gostaria de ouvir a vossa opinião.
Muito obrigado.
P.S.: Em aditamento à minha consulta [...], acabo de descobrir no Google as variantes “espernéfico” e “esprenéfico”, que também não encontro em nenhum dicionário.
30/04/2016 – «Um programa – não me lembro do nome – presidido pela espernéfica senhora Constança e Sá.»
18/10/2018 – «Mal em si é a escolha de um cão de fila para a energia, um espernéfico ignorante na matéria, como tal várias vezes desmascarado [....].»
2/02/2008 – «O Presidente da República, Cavaco Silva, ao contrário de alguns meninos espernéficos...»
2006 – «Vozes: como se escreve espernéfico? Espernéfico ou esprenéfico? Outras vozes: nem de uma maneira nem de outra. Não vem no dicionário. Vozes: em qual?» (António Barros et al., Esta danada caixa preta só a murro é que funciona : CITAC 50 anos, Coimbra : Imprensa da Universidade, 2006, p. 211)
24/02/2017 – «Vai daí, trafulhamente, a dona Catarina, espernéfica [...].»
1996 – «[...] um roedor esprenéfico, de par de estalos, a dar às ancas [...].» (António Lobo Antunes, O Manual dos Inquisidores)
02/10/2014 – «Agora falta fazerem uma lei para me proteger do esprenéfico do cão da vizinha do 5º andar que não se cala o dia inteiro»
2009 – «[...] abre-se o mecanismo e volantezitos esprenéficos a garantirem.» (António Lobo Antunes, Que Cavalos São Aqueles que Fazem Sombra no Mar?)
23/07/2011 – «Uma faixa esprenéfica, que é um termo muito usado cá na família , que significa qualquer coisa ou pessoa entre o irritante e o espevitado.»
1994 – «Bom, então vê lá se deixas de ser esprenéfica, está bem?» (Rita Ferro, Por tudo e por nada. Crónicas, Lisboa, Contexto Editora, 1994, p. 120)
Não estará errada a expressão «tão negro como o...»? O correcto não será «tão negro quanto o...»?
Obrigado.
[N.E. – O consulente grafa correcto, conforme a ortografia anterior ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990. A forma atual é correto.]
Os exemplos aduzidos por Napoleão Mendes de Almeida no seu Dicionário de Questões Vernáculas não apresentam o verbo parecer flexionado na 1.ª e na 2.ª pessoa do singular e do plural.
Uma vez que procurei em diversas gramáticas exemplos nas pessoas mencionadas, dentre elas, na d[e] Mira Mateus [Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Editorial caminho, 2003], desejava saber se vocês poderiam aduzir exemplos de autores portugueses que construíram esse verbo na 1.ª e na 2.ª pessoa do singular e do plural com infinitivo [...] não flexionado, como, nestes exemplos: «Eu pareço querer mudar o mundo.»; «Tu pareces agir como Bacharel de Cananeia.»
Por último desejava ainda saber se esse emprego é lídimo português ou se é já brasileiro, [e]m razão de as [...] completivas equivalerem a «Eu pareço que quero mudar o mundo» [e] «Tu pareces que ages como Bacharel de Cananeia». Não haveria porventura um engano, já que o pronome eu não é sujeito de pareço, mas de quero, de querer, da mesma maneira que o tu não é sujeito de pareces, mas de ages, de agir.
Mais uma vez os meus agradecimentos ao vosso trabalho, de que tanto o Brasil precisa.
Queria saber quando é que se deve usar um sujeito posposto no lugar de um sujeito anteposto.Há casos em que um me soa melhor do que o outro, o que me leva a pensar que talvez haja regras por detrás disso. Como gosto de falar bem a minha língua, agradecia que alguém me elucidasse quanto a este assunto.
Deixo também alguns exemplos que talvez vos ajudem a entender melhor aquilo que estou a dizer.
• São tuas as fotos que estão em cima da mesa da sala? • As fotos que estão em cima da mesa da sala são tuas?
Neste caso, a primeira frase soa-me muito mais natural do que a segunda.
• Estão umas fotos em cima da mesa da sala. São tuas? • Umas fotos estão em cima da mesa da sala. São tuas?
Neste caso, a primeira também me soa muito mais natural do que a segunda.
Como puderam ver, em ambos os exemplos, apenas a opção pelo sujeito posposto soa natural, mas não sei o porquê. Será que é puramente uma questão de hábito ou há regras por detrás da escolha de um no lugar do outro?
Muito obrigado desde já.
Existe a expressão «pôr no claro» («esclarecer»)? Ou a forma correta seria «pôr a claro» ou «às claras»?
Nas frações que têm os denominadores múltiplos de 10, de 20 a 90, a leitura pode ser feita também como nos numerais ordinais. O mesmo pode ser feito para múltiplos de 100, de 200 a 900. E os denominadores múltiplos de 1.000, 10.000, 100.000, 1.000.000, etc.?
O verbo provar, no sentido de «experimentar«, é transitivo direto ou indireto? «Eu provo a comida», ou «da comida»?
Obrigado.
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