O advérbio eis é usado com significado semelhante a «aqui está», em referência a algo ou alguém que se encontra ou se quer apresentar no momento da enunciação. Pode, à semelhança dos verbos, ser seguido pelos pronomes pessoais átonos correspondentes ao complemento direto, isto é, me, te, o, a, nos, vos. É, portanto, correto e comum encontrarmos formas como ei-lo, eis-nos, etc.
No entanto, sequências como «ei-no-lo» ou mesmo «ei-vo-lo» são construções agramaticais, porque eis não é compatível com as forma pronominais átonas de complemento indireto (me, te, lhe, nos, vos, lhes): uma sequência como «eis-lhe o livro que procurava» não é, portanto, aceitável. Por este motivo, tal como se rejeita «eis-nos o livro» e «eis-vos o livro», também não se aceita as sequências totalmente pronominalizadas «eis-no-lo» e «eis-vo-lo». Talvez a pergunta do consulente advenha da posição dos pronomes no fenómeno de mesóclise, ou seja, o caso em que os pronomes surgem no meio do verbo, quando este se encontra no futuro do indicativo ou no condicional – apresentar-no-lo-á ou apresentar-vo-lo-ia –, construção que aqui não se aplica.
Importa referir que, à semelhança dos verbos, antes dos pronomes pessoais o e a, cai o s ao advérbio e acrescenta-se um l ao pronome: «ei-la», em vez de *«eis-la» (o * indica agramaticalidade).