Eu gostaria de saber mais sobre a origem da palavra saudade. Vasconcellos, 1914, afirma que sua origem teria a ver com solidão, do latim solitas, e que teria incorporado elementos de «salvação», «saúde», «saudação». Há também uma hipótese que teria surgido do árabe. Os árabes haveriam traduzido a melancolia do grego (bile negra) para sua língua e a saudah (negro, preto em árabe) teria originado a saudade portuguesa. O que lhes parece? Será que a palavra teria sido consolidada em 1580 pelos grandes escritores portugueses de então?
Ficarei muito grato por vossa resposta.
A minha dúvida consiste no facto de, tendo em conta o nomeadamente, se, no seguinte texto, a procuração é extensível a todos os bancos, ou só à Caixa Geral de Depósitos e Caixa Económica Montepio Geral:
«a quem confere os necessários poderes para representar a sociedade perante quaisquer bancos e/ou instituições de crédito, nomeadamente Caixa Geral de Depósitos e Caixa Económica Montepio Geral, podendo proceder à abertura e ao encerramentos de contas...»
Grato pela atenção.
Tenho uma dúvida em relação à pronúncia das consoantes. Assim como em espanhol, onde existem os seguintes alofones:
/b/ -< [b], [β]
/g/ -< [g], [γ]
/d/ -< [d], [ð]
em português (especialmente o lusitano) também existem esses casos?
«Cada coisa é uma palavra. E quando não se a tem, inventa-se-a. Esse vosso Deus que nos mandou inventar» — Clarice Lispector (A Hora da Estrela).
No excerto acima, «não se a tem» e «inventa-se-a» são combinações incorretas de pronomes? Por que elas soam tão naturais e inteligíveis, se, de acordo com esta resposta, estariam supostamente incorretas?
Gostaria de um esclarecimento mais detalhado, por favor.
Como responder ao seguinte exercício?
Observe estas duas regências:
— Acabo de comer.
— Começo a comer.
As palavras que ligam os infinitivos aos verbos anteriores são preposições que o falante escolhe porque:
1) os primeiros verbos são antônimos e têm uma regência também diversa.
2) as preposições indicam respectivamente o destino e a origem.
3) a comida fica nas costas de quem sai da mesa e à frente de quem vai.
4) ambas dependem unicamente da tradição da língua.
A respeito do comentário em «O Nosso Idioma» Bitaite e bitaitar, de Paulo J. S. Barata, hoje, temos no Brasil uma palavra de significado semelhante, também de origem obscura, tida como regionalismo paraibano, mas que nenhum brasileiro desconhece: é o "pitaco", a opinião dada por quem, normalmente, conhece pouco ou nada de um assunto, mas que faz questão de palpitar, geralmente com disparates. Teria algo a ver com o sábio grego Pitacòs, que era useiro e vezeiro em criar citações sobre assuntos os mais variados, mormente sobre comportamento? Curiosamente, os dicionários gerais brasileiros ainda não a registram.
Após ler seu artigo sobre o assunto, continuo na dúvida sobre a tradução de um termo em inglês que deverá se repetir muitas vezes role-model (profissional, empresa, candidato, organização, etc.).
1. Devo usar hífen, ou não?
2. Como fica a flexão no plural?
Ex.: «profissionais(-)modelo», ou «profissionais(-)modelos»;
«candidatos(-)modelo», ou «candidatos(-)modelos»;
«empresas(-)modelo», ou «empresas(-)modelos»?
Estes termos serão usados em todo o material de comunicação da empresa, daí a minha preocupação em evitar erros crassos.
Desde já agradeço.
Uma vez mais recorro ao Ciberdúvidas, desde já agradecendo a vossa ajuda.
Respondendo à pergunta 22 472, é dada a seguinte definição de atrelado (semelhante à de alguns dicionários que consultei): «veículo sem motor rebocado por outro».
Gostava de saber se não pode também utilizar-se atrelado para um veículo sem motor rebocado por um animal. Não podendo, pedia-vos que me indicassem uma palavra para esse tipo de veículos (isto é, que abranja carroças, coches, etc.).
Quanto à consulta Sobre a classe de palavras de o antes de pronome possessivo, no trecho em que segue parte da resposta:
Quanto às hipóteses formuladas, mesmo considerando válidas as hipóteses 1a) e 1b), trata-se de análises que não encontro exploradas na literatura. Permita-se-me acrescentar que não vejo como em 1a) a forma o é apenas artigo definido e adjunto adnominal de um substantivo subentendido e em 1b) não é: na verdade, poderíamos sempre supor que a forma o é um demonstrativo, porque pressupõe uma construção como «o que é meu livro» equivalente a «aquilo que é meu livro», por sua vez, adaptável como «aquilo que é meu», com substantivo subentendido.
As frases eram: «Esse livro é igual ao meu»/«O seu livro é igual ao meu».
A dúvida era: «O pronome meu nas duas frases seria um pronome adjetivo, ou substantivo?»
As hipóteses eram:
1) No caso de se considerar o «meu» nas frases anteriormente citadas como um pronome possessivo adjetivo, haveria duas possibilidades para tal. a) O «meu» estaria adjetivando um substantivo subentendido no contexto, e o «o» seria um artigo definido, e tanto o artigo «o» como o pronome adjetivo «meu» desempenhariam a função de adjuntos adnominais do substantivo subentendido. b) O «meu» serviria como um pronome adjetivo posposto ao pronome substantivo demonstrativo «o», e assim estaria o adjetivando.
2) No caso de se considerar o «meu» nas frases anteriormente citadas como um pronome possessivo substantivo, haveria somente a possibilidade de se entender o «o» como artigo definido que substantiva o pronome, uma vez que se o «o» for entendido, nesse contexto de consideração, como um pronome demonstrativo, só poderia ser de um valor substantivo, assim recebendo a adjetivação do pronome possessivo «meu», que então desempenharia função de adjunto adnominal [isso recairia na própria hipótese b) do item anterior].
O que eu quis enfatizar é que um pronome demonstrativo pode tanto determinar algo como receber uma adjetivação. Já o artigo não pode receber uma adjetivação, uma vez que somente determina. Logo, se eu falo «Aquele meu carro está no conserto», «aquele» e «meu» funcionam como adjuntos adnominais de «carro»; já em «Vou usar seu carro, pois aquele meu está no conserto», «meu» pode adjetivar o «aquele»... mas já em «O meu está no conserto», se eu considerar o o como artigo, ele apenas adjetiva... É claro que quando você fala que, pela lógica de raciocínio que eu apresentava, na hipótese 1b teria que acontecer o mesmo que acontece em 1a, isso é possível, mas não necessário.
Mas, por outro lado, também não vejo o que impediria de o pronome demonstrativo adjetivar o possessivo em «pois aquele meu está no conserto»... Talvez eu prefira pensar que seja o possessivo que o faça, uma vez que essa seria sua função predominante...
Mas aqui aproveito e pergunto: Há casos legítimos em que um pronome adjetiva outro pronome?
Ex.: «Aquela outra mulher não veio aqui»/«Aquela outra não veio aqui»... O que acontece na segunda frase? «Aquela», na segunda frase, seria um determinante, e «outra», um pronome substantivo?
Muito obrigado.
Qual é a grafia correcta: "catecumenato", ou "catecumenado"? O termo deriva do grego, com a intermediação do latim... Ambas as variantes surgem em publicações oficiais da Igreja Católica. O «velho» Morais conhece as duas formas; o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa não regista nenhuma, embora conheça os "catecúmenos"; Houaiss refere apenas "catecumenato".
Agradeço a vossa opinião.
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