Na frase «João admira os mesmos pintores que Caio», entende-se que houve a elipse de «admira», isto é, «[…] que Caio (admira)».
Mas estaria igualmente correta uma frase como «João gosta dos mesmos pintores que Caio», considerando-se que o verbo «gostar» pede objeto indireto?
Se considerássemos somente a elipse do verbo, teríamos esta frase agramatical:
*«João gosta dos mesmos pintores que Caio (gosta)».
Ou seja, há que pressupor também a elipse da preposição de:
«João gosta dos mesmo pintores (de) que Caio (gosta)».
É pressuposto aceitável? Está correta a frase «João gosta dos mesmos pintores que Caio»? Se não, que torneios devemos dar à frase para corrigi-la?
Agradeço desde já quaisquer esclarecimentos.
Tinha «a cisma» ou «o cisma»?
Diz-se e escreve-se "linhas-mestres" ou "linhas-mestras"?
Já agora, com ou sem hífen?
Muito obrigado.
Contextualizando: eu aprendi que orações restritivas focam numa parte do todo e as orações explicativas focam no todo que consequentemente geram os seguintes pressupostos:
«Os professores que são didáticos devem possuir melhores salários.» (Estou restringindo «professor», já que nem todos são didáticos)
«Os professores, que são didáticos, devem possuir melhores salários.» (Estou explicando «professor», já que todos são didáticos)
A minha dúvida é se as orações coordenativas explicativas permitem esse mesmo pressuposto, já que explicam. Do contrário, o que me permitem pressupor?
Essa dúvida se amplia no exemplo abaixo:
«Expulsaram o aluno João Ferreira, que brigou na escola.»
O que nesse caso poderia ser visto tanto como pronome relativo («João Ferreira brigou na escola») e conjunção explicativa («porque brigou na escola»), o que mudaria o sentido.
Obrigado.
Gostaria, por gentileza, de uma orientação sobre poder ou não suprimir o substantivo (no caso tempo) em construções como os exemplos abaixo:
«Só gosto de músicas de quando eu era criança.»
«Só gosto de músicas do tempo quando eu era criança.»
Daí, fica a dúvida qual das duas construções está correta ou ambas estão?
Obrigado.
Como ensinar a letra e em início de palavra (escola) ou no meio (veado) no ensino básico, quando esta letra é dita/lida como [i]?
Para um aluno que está a aprender a escrever e a ler, deveremos ler o som [e] e não [i], apesar de os alunos dizerem *viado e *iscola?
Como proceder?
Muito obrigada.
A palavra de origem moçambicana maningue tem como sinónimo a palavra muito.
Procurei saber de que forma a palavra maningue pode ser utilizada, olhando para tal para a classe de palavras a que pertence. Nos dois dicionários que consultei, o da Infopédia e o da Academia, pude ver que se está perante um advérbio.
Para além de ser um indiscutivelmente um advérbio, maningue também pode ser utilizado, segundo o dicionário da Infopédia, como pronome indefinido. Já o dicionário da Academia de Ciências de Lisboa, considera, pelo contrário, que a outra classe de palavras a que pertence maningue é a dos determinantes indefinidos.
Posto isto, maningue é um pronome indefinido ou um determinante indefinido? Ou os dois? Será que podiam dar alguns exemplos?
Muito obrigado.
Qual o significado da expressão «neste conspecto», muitas vezes utilizada pelos tribunais?
Por exemplo:
«Quando o despejo tenha por fundamento a falta de pagamento de rendas, encargos ou despesas, a decisão de promoção da correspondente execução deve ser tomada em simultâneo com a decisão do despejo, o que significa que é conferida competência legal a um órgão administrativo para determinar, não apenas o despejo, mas a sua execução, e neste conspecto, o poder de decidir o despejo e de o executar, sob autotutela declarativa e executiva» – aqui.
Creio que se usam muitas vezes os advérbios virtualmente e eventualmente incorretamente, como anglicismos. São-no, de facto?
Além do mais, o advérbio aparentemente será um galicismo? Sendo-o, quais são as alternativas?
Finalmente, peço-vos que, caso conheçam outros advérbios utilizados «à inglesa», «à francesa», «à espanhola» ou «à italiana», os deem a conhecer para, possivelmente, corrigir incorreções desapercebidas.
Bem hajam!
A minha dúvida prende-se com a utilização da expressão «do tempo da outra senhora».
Conheço a sua origem e sei que é utilizada, normalmente, para nos referirmos ao período do Estado Novo [em Portugal].
Mas será que a podemos utilizar simplesmente como referência a algo antigo como no caso do «tempo da Maria Cachucha», sem a leitura política?
Obrigado.
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