O pretérito perfeito descreve habitualmente uma situação que está completa, concluída, completamente realizada.
Todavia, é possível, em determinados contextos, que a situação descrita pelo pretérito perfeito não esteja efetivamente concluída, como em (1):
(1) «O João esteve a fazer um trabalho.»
A situação descrita como «fazer um trabalho» pode estar ainda em curso, prolongando-se no tempo.
Sobre as frases apresentadas pelo consulente, poderemos dizer o seguinte:
(2) «Maria, a maçã caiu ao chão.»
O verbo cair descreve uma ação que se completa quando a maçã toca no chão, pelo que não se poderá dizer que não se trata de uma situação concluída. O facto de a maçã permanecer no chão em nada invalida o que se diz atrás.
(3) «Claro! Ela roubou o meu carro.»
Em (3), a situação descrita como roubar corresponde a apropriar-se ilegitimamente de algo. Ora, quando isso acontece, a situação está concluída. O facto de a frase (3) poder querer dizer «que o meu carro está com ela» significa que o verbo roubar pode também ter o valor de «ficar com», construção que permite perspetivar a situação como estando a decorrer.
Disponha sempre!