Ambas as formas estão corretas.
Na frase em questão, observamos a construção «é pena» seguida de oração subordinada completiva com função de sujeito. Esta oração subordinada caracteriza-se por ser uma oração infinita, apresentando, portanto, o verbo na forma infinitiva.
Na primeira frase, transcrita em (1), o sujeito da oração subordinada encontra-se na 3.ª pessoa do singular e o verbo é acompanhado de um pronome clítico de 3.ª pessoa do singular:
(1) «É pena ele tê-la abandonado.»
O pronome clítico substitui um constituinte com a forma feminina, singular, que poderia ter a forma que se apresenta em (2):
(2) «É pena ele ter abandonado a Rita.»
A pronominalização do constituinte «a Rita» leva que o clítico se associe ao verbo no infinitivo, levando à queda do r e assumindo a forma -la.
Na frase transcrita em (3), o sujeito encontra-se na 2.ª pessoa do singular e o verbo é também acompanhado de um clítico feminino, singular. A frase corresponde à que se apresenta em (4) com o constituinte que o clítico poderia estar a substituir:
(3) «É pena tu tere-la abandonado.»
(4) «É pena tu teres abandonado a Rita.»
Neste caso, o pronome clítico encontrou a forma verbal teres, flexão verbal de 2.ª pessoa do singular, o que levou à queda do s e à consequente forma -la.
Disponha sempre!