Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Alexandre Festas Informático Povoa de Varzim, Portugal 2K

Sempre considerei que a grafia (e a pronúncia) da palavra nogado deveria ser assim mesmo, ou seja, sem acento e tendo como sílaba tónica a sílaba ga.

Hoje tive ocasião de ver uma reportagem da RTP [1] onde não só se escrevia como se pronunciava "nógado". Em todos os dicionários onde procurei só mencionam nogado, com exceção da Infopedia, que admite as duas formas.

A minha dúvida é se "nógado" é simplesmente uma versão corrompida da palavra original, que ganhou força por via da repetição, ou se existe algo mais que justifique a adoção dessa forma, que me parece estranha e afastada tanto do latim nucatus quanto do francês nougat (havendo até a versão nugá na língua portuguesa).

Muito obrigado pela atenção.

 

[1 O consulente refere-se a um apontamento da RTP sobre um nógado de mais de 60 m, confecionado para assinalar os festejos do Carnaval de 2019 na localidade de Vimieiro, no concelho de Arraiolos (Évora).]

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 11K

Tenho esta dúvida: os diminutivos dos nomes das pessoas também perdem o acento?

Por exemplo: Álvaro – "Alvarinho" ou "Àlvarinho"? Rúben – "Rubeninho" ou "Rùbeninho"? Tomás – "Tomazinho" ou "Tomàzinho"?

Muito obrigado.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 1K

Apesar das abonações citadas pela consultora Sara Mourato, em 27/2/2019, em que se omite o artigo definido, creio que ele deve ser obrigatório quando se nomeiam órgãos do corpo humano.

Dizemos, por exemplo: «o pâncreas produz insulina» (e não «pâncreas produz insulina»); «o coração batia forte» (e não «coração batia forte»); «o útero compõe o aparelho reprodutor feminino» (e não «útero compõe o aparelho reprodutor feminino»). Portanto também: «moléstia do pulmão», «ele sofre do coração», «tumor da próstata», «inflamação dos rins», sempre com o artigo.

Cordialmente.

Iolanda Batista Professora Lisboa, Portugal 7K

Disseram-me que a relação que se estabelece entre família e pai é de hiperonímia-hiponímia. Ainda assim, pergunto se a relação de holonímia-meronímia também pode ser considerada válida.

Grata.

Inês Rebelo Estudante Lisboa, Portugal 1K

Tenho uma dúvida quanto à seguinte frase: «São paisagens que os artistas descrevem como de uma beleza extraordinária.»

Para mim, o mais correcto seria «como sendo de uma beleza extraordinária», mas gostava de perceber se a forma como está na frase também é possível e o porquê de ser ou não ser.

Obrigada. 

Elsa Feliciano Santos Professora Torres Vedras, Portugal 3K

Na frase «E agora, se me permitem, vou falar um pouco da obra em apreço.», o advérbio agora contribui para a coesão temporal, ou para a coesão interfrásica?

Pietro Bruno Roteirista Suzano, Brasil 6K

É correto o uso da expressão «não use fotos nem nenhum outro material gráfico"? Soa-me mal, tendo a preferir "...fotos ou outro..." ou "...fotos nem qualquer...".

Desde já muito obrigado!

Adelaide Richardson Locutora Seixal, Portugal 1K

Deve dizer sempre «cancro da mama», e nunca «de mama»? Este último está sumamente errado?

Compreende-se que da é a contratação de de+a, mas então o artigo definido é imprescindível?

Obrigada.

Filomena Sousa Professora Coimbra, Portugal 3K

Como pronunciar a palavra gaivotinha: com o aberto ou fechado? Porquê?

Obrigada.

Antonio Serdoura Reformado Porto, Portugal 4K

O “caso” em questão data do ano passado, mas parece-me ter grande importância no actual contexto de perversão da língua portuguesa: a escrita com o Acordo Ortográfico de 1990 e a ortoépia com o “lisboetismo” (permitam-me o barbarismo).

Um consultante solicitou ao Ciberdúvidas qual a leitura correcta do ditongo /ei/. A resposta de um tal Carlos Rocha (a 14/12/18) é de antologia! Diz o senhor Rocha :

“ … feira, maneira e deixei, soam () como "fâirâ", "mânâirâ" e "dâixâi"… !

O senhor Rocha deve considerar que Portugal é o Terreiro do Paço… A pronúncia a que se refere não corresponde à realidade da maior parte das regiões do país. É, sem dúvida, a mais propagada pelos principais meios de comunicação nacionais – rádios e televisões – cujas sedes se situam invariavelmente em Lisboa. O ditongo /ei/, em galaico-português, pronuncia-se como /ei/ : Oliveira (não Olivâirâ"), peixeira (não pâixâirâ")… Talvez o senhor Rocha considere que deve pronunciar-se frio como “friu” e rio como “riu”.

A ortoépia das diversas regiões do país merecem respeito, mas a origem da língua portuguesa é nortenha, e por mais capital que seja Lisboa, o sotaque que tanto divulgam não é uma regra para todos. Recorde o senhor Rocha (e também a Ciberdúvidas que o publica), que Portugal não se limita – por enquanto – à área da Grande Lisboa.