Sobre a pandemia da covid-19 e alguma informação não confirmada pelos especialistas, tenho lido e ouvido – nomeadamente nas conferências de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde – a expressão «evidência científica» ou «evidência clinica». Por exemplo:
«Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), a Organização Mundial da Saúde promoveu um ensaio clínico para alcançar evidência científica sobre algumas das opções de tratamento e cuja implementação reúne maior consenso junto da comunidade médica e grupos científicos especializado.»
«A diretora-geral da Saúde afirmou (...) que não há evidência científica de que as desinfeções de vias e espaços públicos sejam eficazes contra o contágio pelo novo coronavírus.»
Não se tratará este modismo um decalque do inglês evidence («There is no scientific evidence to suggest that underwater births are dangerous»)?
Em português sempre se disse e escreveu prova (ou «comprovação»)... cientifica – e nos mais variados domínios. Por exemplo:
«7 provas científicas de que o aquecimento global existe»
«A Prova Científica da Existência de Deus», etc., etc.
Tenho ou não razão?
Muito obrigado.
Gostaria de saber se a vírgula é obrigatória, facultativa ou proibida quando o período é iniciado pela oração subordinada substantiva?
Grato pela resposta.
«Informação é caminho para empoderar o paciente», li há dias num jornal digital brasileiro. Gostava de saber como se formou este "palavrão" ora tão usado no chamado "economês".
Muito obrigado.
Obrigada desde já pelas muitas e importantes respostas que nos têm dado ao longo destes muitos anos.
Hoje a minha pergunta tem a ver com a grafia de nomes de espécies zoológicas que incluam apelidos de cientistas que as descobriram e se esse apelido se escreve com maiúscula ou minúscula. Apesar das muitas pesquisas que fiz, não consegui encontrar uma explicação clara.
O dicionário online da Porto Editora grafa os exemplos abaixo com minúscula. Mas há muitas referências da especialidade que as grafam com maiúscula.
Se houver regra para isto, podem, por favor, explicar? E a regra, se existir, é diferente pré e pós-acordo ortográfico? E, se assim for, qual a forma certa para cada um dos acordos?
Cuvier’s beaked whale – "baleia-de-bico-de-Cuvier" ou "baleia-de-bico-de-cuvier", sendo que Cuvier provém do nome Georges Cuvier (1769-1832, anatomista francês?
Bryde's whale – "baleia-de-Bryde" ou "baleia-de-bryde", sendo que Bryde provém do nome Johan Bryde (1858-1925), cônsul norueguês?
Obrigada pela resposta.
Numa sentença como «está aparecendo todo o mundo, menos eu», o emprego do pronome reto eu se mostra adequado?
Pergunto isso, porque, nesse contexto, menos funciona como preposição, já que significa «exceto», não?
Obrigado.
«Maria estava mal/bem da cabeça.»
Amigos, recorro mais uma vez a vocês para perguntar-lhes que função sintática exerce o sintagma «da cabeça».
Complemento nominal, talvez?
Numa sentença como «Saudade de sair sem lenço nem documento... Ô, saudade», ô expressaria o mesmo sentido da interjeição de vocativo ó?
Em caso afirmativo, a vírgula que o separa do termo saudade seria desnecessária?
Obrigado.
Gostava de saber se é mais correto dizer «criar um perímetro de segurança», «montar um perímetro de segurança» ou «estabelecer um perímetro de segurança».
Muito obrigada.
A propósito do termo infodemia – que, salvo erro, só se encontra dicionarizado na Priberam: «Excesso de informação sobre determinado tema, por vezes incorreta e produzida por fontes não verificadas ou pouco fiáveis, que se propaga velozmente (ex.: infodemia de notícias falsas nas redes sociais*).» – já vi a seguinte formulação: «Infodemia de desinformação»
Não haverá aqui conceitos distintos? É que infodemia não é necessariamente desinformação (quando muito pode levar a isso) e a desinformação não é quantificável: é desinforrmação, ponto.
Obrigado.
* Ver aqui explicação.
De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea publicado em 2001 pela Academia das Ciências de Lisboa, «procedimento cautelar é o mesmo que providência cautelar».
A extensa explicação que vem no Dicionário Jurídico de Ana Prata (Volume I, Almedina, Maio de 2006) parece indicar que procedimento cautelar e providência cautelar são duas coisas distintas. Concretamente, procedimento cautelar é um requerimento apresentado a um juiz para que este emita uma providência cautelar. Só é emitida uma providência cautelar depois do juiz assegurar-se da plausibilidade da existência do direito do requerente.
O mesmo Dicionário Jurídico define «providências cautelares como medidas decretadas pelo tribunal nos procedimentos cautelares».
Agradecia um esclarecimento.
N. E. – Manteve-se a ortografia seguida pelo consulente, a qual é anterior ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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