DÚVIDAS

O uso da etiqueta SCOMP na linguística

Maria Helena Mira Mateus [et al.], na sua Gramática da Língua Portuguesa, pág. 552 dá o seguinte exemplo:

«Ele disse que o desastre tinha ocorrido de madrugada e que não havia sobreviventes.»

Aqui o que é conjunção integrante, não é assim?

Mas que vem a ser SCOMPs*?

Obrigado.

 

* N.E. Sobre a pluralização de siglas e acrónimos, ver, por exemplo, esta resposta.

Resposta

A frase apresentada é constituída por uma oração subordinante complementada por duas orações subordinadas completivas que se coordenam entre si, tal como se evidencia na segmentação da frase em (1):

(1) «[Ele disse]oração subordinante [que o desastre tinha ocorrido de madrugada]oração subordinada substantiva completiva [e que não havia sobreviventes.]oração subordinada substantiva completiva»

De acordo com o enquadramento teórico proposto na Gramática da Língua Portuguesa, de Maria Helena Mira Mateus et al.,  as orações completivas são constituintes frásicos que têm como núcleo o complementador, que corresponde à palavra que. Este complementador, por seu turno, seleciona um constituinte frásico. Ao conjunto formado pelo complementador e pelo constituinte frásico que este seleciona dá-se a designação de «sintagma complementador», ou seja, SCOMP.

Na frase em apreço, estão presentes dois SCOMP, que correspondem às duas orações subordinadas substantivas completivas.

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