Em Portugal, no quadro da terminologia empregada no ensino não universitário, as palavras que acompanham nomes («que sorte!») ou adjetivos («que lindo!») nas frases exclamativas não têm classificação precisa.
O Dicionário Terminológico é omisso sobre o assunto; e em gramáticas escolares, ou se fala em «expressões quantificadas»1, ou não se classifica este que, apenas o mencionando como exemplo de «palavras que traduzem a exclamação»2. Parece, portanto, que no âmbito dos ensinos básico e secundário, não é relevante definir a classe da palavra em apreço.
Num plano extraescolar, são vários os autores de gramáticas tradicionais de referência que consideram que um determinante interrogativo em casos como «que pouca sorte», aceitando que os determinantes interrogativos se contam entre os especificadores dos nomes em frases exclamativas3.
1 Cf. Domínios –Gramática da Língua Portuguesa, Plátano Editora, 2011, p.190.
2 É o caso da Nova Gramática Didática de Português, Santilhana/Constância, 2011, p. 157. Noutra gramática consultada, a Gramática Prática de Português (Lisboa Editora, 2011, pp. 98 e 191), não se faz qualquer comentário à classe ou à possibilidade de classificação do que em contexto de frase exclamativa.
3 Cf. Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1984, p. 355 e Evanildo Bechara, Moderna Gramática Portuguesa, Editora Lucerna, 200w, p. 170).