Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Hélia Galvana TEFL Faro, Portugal 8K

Por que razão catarse se pronuncia "catarZe" e não "catarSe"?

Nelson Silva Professor Albergaria dos Doze, Portugal 1K

No conto a “A Lua” de Jacob e Wilhelm Grimm, encontramos «Velhos e novos alegraram-se quando a nova lanterna começou a estender a sua luz…».

Existe uma metáfora na expressão «a nova lanterna»?

Franqueira Neto Jornalista Macau, Região Administrativa Especial de Macau – China 3K

Costumo aplicar o termo «grandes (ou pequenas) dimensões», no plural, para coisas mensuráveis em termos espaciais, já que a largura, altura, etc. corresponderiam, cada uma, a uma dimensão; e, por outro lado, «grande (ou pequena) dimensão», para coisas que não se medem dessa forma.

Por exemplo: «um móvel de grandes dimensões», mas «um ataque aéreo de grande dimensão».

Recentemente, tenho-me deparado com um uso diverso, nomeadamente um caso em que se falava em «contentores de lixo de grande dimensão».

Isto é correcto ou fazia sentido a distinção que tenho vindo a aplicar?

 

 O consulente adota a ortografia de 1945.

António Cabral Reformado São Brás de Alportel, Portugal 2K

Junto breve citação extraída do romance Terras do Demo, pp. 180-181, em que consta putreia:

«Ia para quatro meses que não sabia dela… é verdade. Por modos já não havia escrivães no povo! Terra de maldição! Os que aprenderam a rabiscar o nome navegavam, e o padre — esse sujaria as mãos se lhe pedissem duas regrinhas de graça. Ah! Deus tivesse na santa glória o tio Manuel Abade que não precisava que o rogassem duas vezes para escrever a um vagamundo. A malta do Rio, pelo que lhe dissera o Jaime Gaudêncio, ficava toda boa. Boa, mas o Rio já não era o Rio. O italiano e o espanhol tinham derrancado o trabalho. Depois, passagens caras e más. Viera no Malange, um mazombo de paquete que andava à tona como tubarão escaldado como abóbora. À passagem da linha, estivera a deitar a cama das tripas com o afocinhar do calhambeque. Perdesse o nome que tinha se aceitava mais algum dia viajar no francês! Uma putreia, comida para negros, beliches para condenados do Inferno. Boa Mala Real, mas para melhor o alemão. O alemão, batia a tudo o que andava no mar.» Terras do Demo, pp. 180-181

Contudo em Quando os Lobos UivamCasa do Escorpião já se lê como potreia.

Já agora, esta pequena dúvida: «comida para negros». Pretos é regionalismo para porcos. Será que Aquilino Ribeiro se referia a comida para porcos?

Aguardo o vosso comentário, sempre muito apreciado.

Lucas Tadeus Oliveira estudante Mauá, Brasil 5K

Em «Olegário só podia votar contra», é correto terminar a frase com a preposição? Aliás, fora este caso, há exceções para terminar frase com preposição?

Obrigado.

Maria Adriana Almeida Professora Matosinhos, Portugal 3K

Gostaria de saber como classificar a oração iniciada por "sem que" na seguinte passagem de um texto de Hélia Correia:

« Este Sermão revela-se um prodígio, um alto jogo de prestidigitação. Alegoria bem engendrada, sim, porém há muitas alegorias igualmente capazes. Todas servem para que se diga o que se quer dizer sem que se arrisque frontalmente o leitor.»

Parece-me estar presente uma ideia de concessão / oposição...

Estamos perante uma oração subordinada adverbial concessiva ou a uma coordenada adversativa ?

Cristina Silva São João da Talha, Portugal 3K

A seguinte frase, apesar de ter ponto de interrogação, é um pedido.

«Podes dar-me um beijinho?»

Como tal, considero imperativa.

O que me dizem?

Obrigada! 

Maria Eduarda Pian Sohne Estudante Viamão, Brasil 1K

Na estrutura oracional «Não entendo: a palavra comissária vem de comissão, não é?», a oração que segue os dois pontos desempenha a função sintática de aposto?

Roberlei Gentil Toniete Vendedor Santo André - SP, Brasil 9K

Referir-se à pessoa que nasce no Brasil como brasileiro ou brasileira me parece um equívoco. Na verdade, remete a um tratamento pejorativo e que foi nacionalmente incorporado.

O termo tem origem na forma que o antigo português tratava seu patrício ao retornar a Portugal, vindo do Brasil. Na língua portuguesa, as palavras com sufixo -eiro ou -eira designam atividade laboral. São os casos de pedreiro, costureira, marceneiro, torneiro, e por aí vai.

Consultando dicionários, encontrei como principais gentílicos, brasiliano e brasílico. Há outros. As pessoas de língua inglesa tentam nos ajudar nos chamando de Brasilian. Os de língua espanhola também. Nos chamam de brasileños.

Vendo alguns gentílicos nacionais, vejo que na Bahia há maleiro, que é pejorativo. No Piauí há piauizeiro, que também é pejorativo. Ambos com sufixo -eiro.

Acredito que está na hora de nos recompormos e mudarmos a forma com que nos chamamos.

Grato.

Eduardo Augusto B S Siqueira Engenheiro Volta Redonda, Brasil 7K

Tenho visto utilizarem o portanto no lugar da expressão «tanto é que». Por exemplo:

«O Brasil é um país desigual, tanto é que existem favelas ao lado de condomínios de luxo.»

Eu vejo falarem «O Brasil é um país desigual, portanto que existem favelas ao lado de condomínios de luxo [sic]».

Esta forma soa tão mal para mim.

Gostaria de saber se há algum fundamento nesta utilização e se há algum sinônimo para a expressão «tanto é que».