O adjetivo português macarrónico é anterior ao uso de macaroni como designação inglesa de um jovem pretensioso e afetado.
O tipo social britânico é que terá origem em maccaroni, uma variante dialetal do italiano maccheroni, segundo informação da página Online Etymology Dictionary, onde se observa o seguinte:
«Originally known as a leading food of Italy (especially Naples and Genoa), it was used in English by 1769 to mean "a fop, a dandy" ("typical of elegant young men" would be the sense in "Yankee Doodle") because it was an exotic dish in England at a time when certain young men who had traveled the continent were affecting French and Italian fashions and accents (and were much mocked for it).» [tradução livre: Originalmente conhecido como uma das comidas principais da Itália (especialmente de Nápoles e Génova), usava-se em inglês por volta de 1769 com o significado de "janota, elegante" ("característico de jovens elegantes" é o sentido que tem em Yankee Doodle"), porque era um prato exótico em Inglaterra, numa época em que certos jovens, que tinham viajado pelo continente, afetavam maneiras e pronúncias francesas e italianas (e eram por isso grande alvo de troça.»]
O português macarrónico, atesta-se, por seu lado, desde finais do século XVI (cf. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa), portanto, antes do aparecimento dos macaroni britânicos. Este adjetivo é a adaptação do italiano maccheronico, «relativo à linguagem de composições burlescas, escritas com uma mistura de palavras vulgares, dialetais ou pseudolatinas, flexionadas à maneira do latim» (ibidem).
Obviamente relacionado é o nome macarrão, atestado em português desde os começos do século XVI, como adaptação do italiano maccherone, que se documenta, pelo menos, desde 1348 e se associa geralmente ao italiano dialetal maccarone, para designar diversas espécies de pastas ou massas, segundo o Dicionário Houaiss, onde se lê ainda sobre a respetiva etimologia: «de origem controversa; entre outros, têm sido postulados o grego makaría "mistura de pão e aveia", refeição servida em cerimônias fúnebres, e o italiano macco "papa, mingau, polenta de favas" derivado do verbo maccare "triturar, amassar em pasta"». Para o português do Brasil, regista-se também a forma divergente macarrone, termo pejorativo provavelmente mais recente e aplicável aos naturais de Itália (ibidem).