As expressões «fazer de tudo» e «fazer tudo» têm significados ligeiramente diferentes, pelo menos, no português de Portugal1.
Considerem-se os exemplos:
1. «Vou fazer de tudo para passar no exame»
2. «Vou fazer tudo o que me pediram»
Em 1. o verbo fazer tem o sentido de «fazer o que estiver ao seu alcance, com disposição em aguentar tudo e todas as consequências, para chegar a um fim». Já em 2. o verbo fazer tem o sentido de «realizar» a totalidade das coisas que foram pedidas.
1 No entanto, o Dicionário Estrutural, Estilístico e Sintático (Porto,Livraria Chardrone Lello & Irmão – Editores), de Énio Ramalho, regista a locução de tudo como o mesmo que tudo. Não obstante, o exemplo dado pela obra citada – «neste estabelecimento há de tudo» – marca um valor partitivo, que alude à relação com uma diversidade de objetos e produtos, subentendido que se afigura ausente em «neste estabelecimento há tudo», frase supostamente sinónima. Este pequeno contraste também é conhecido no Brasil (comunicação pessoal do consultor Luciano Eduardo de Oliveira).