Minha dúvida é em relação a frases do tipo: «A interpretação do governo é a de que as novas medidas não irão causar aumento da inflação.» «A explicação do ministro é a de que os novos impostos são necessários.» «A dedução do partido foi de que o projeto inviabilizará as próximas eleições.»
1) Entendo que as orações iniciadas com que são subjetivas, sendo as orações iniciais o predicativo do verbo ser. Está certa esta interpretação? Há outra possível?
2) Seguindo o meu raciocínio, os termos a de nos dois primeiros exemplos e de no último estão sobrando, pois não cabem ao se inverter a ordem das orações: «Que as novas medidas não irão causar aumento da inflação é a interpretação do governo»; «Que os novos impostos são necessários é a interpretação do ministro»; «Que o projeto inviabilizará as próximas eleições foi a dedução do partido».
3) Diferentes são os casos seguintes:
«A interpretação do governo de que as novas medidas não irão causar aumento da inflação foram rebatidas pelos economistas.»
«A explicação do ministro de que os novos impostos são necessários não foi aceita pelo Congresso.»
«A dedução do partido de que o projeto inviabilizará as próximas eleições não tem cabimento.»
Nestes casos, entendo as orações iniciadas com que como completivas nominais, e, portanto, aqui, cabe a preposição de. Desde já, agradeço pela paciência e atenção, parabenizando esse ótimo site/sítio de consulta da língua portuguesa.
Onde é que recai o acento tónico na forma verbal pasteis (presente do conjuntivo de pastar)?
Penso que será na última sílaba, porque se se tratasse de uma palavra grave, teria de ter acento gráfico (pásteis), tal como em andáveis, faláveis, etc.
Então, por que é que esta palavra não é acentuada graficamente tal como a s/ homófona pastéis?
Grata pela resposta.
Tenho ouvido alguns professores universitários usarem o termo "acurácia" como sendo uma palavra em Português correspondente ao termo Inglês "accurate" de preciso, exacto, certo e/ou rigoroso. Assim a minha dúvida, já que não achei esta palavra no dicionário é: O termo/palavra "acurácia" existe e pode ser utilizada com esse sentido ou foi apenas mais uma adaptação de um termo anglo-saxónico?
Os meus parabéns pelo vosso sítio.
Uso-o com imensa frequência.
Agradecia que me esclarecessem quanto à palavra lengalenga:
1 – Existe?
2 – leva hífen ou é como a escrevi?
3 – Como é o plural?
A minha opinião é a seguinte:
1 – Existe.
2 – É como a escrevi.
3 – O plural, a existir, é lengalengas.
Obrigada pela vossa existência.
Gostaria que me esclarecessem qual é o aumentativo correcto do nome raposa.
Obrigada.
N.E. O consulente escreve segundo a Norma de 1945.
Peço a vossa atenção para as seguintes frases:
«O Estádio do Alvalade XXI foi construído para o Euro 2004. É o único do País que usa esta tecnologia inovadora».
"País" deverá ou não ser escrito com maiúscula (uma vez que substitui "Portugal"), à imagem do que acontece quando falamos no "Ocidente", para nos referirmos aos países situados mais a leste na Europa, ou no "Velho Continente", referindo-nos ao continente europeu?
Agradeço uma resposta.
Na frase «... o texto em Português é mais técnico...», a palavra "...Português..." é em minúsculas ou maiúsculas? No caso de estarmos a denominar uma língua ou uma nacionalidade qual é a regra que devemos utilizar?
Gostaria que me esclarecessem o seguinte:
A frase «O destino das andorinhas era irem para África» está correcta, ou poder-se-á escrever também «O destino das andorinhas era ir para África»? Queiram saber que vários professores já foram colocados perante esta questão e a dúvida permanece. Com o meu muito obrigada.
Esta pergunta já tem uma resposta em linha, mas o nosso consultor dr. Carlos Rocha acrescenta aqui alguns elementos valiosos que podem ser úteis aos nossos consulentes.
Ciberdúvidas
Vi há pouco tempo um filme dos anos 90 chamado "Contact" creio que em português o título seria, Contacto. Há infelizmente muitas más traducões, mas houve uma frase chamada "wormhole" traduzido directamente para o português como "buraco de verme". Será essa a única tradução e melhor para a língua portuguesa?
Acessei esta página em Brasília (Brasil), cidade onde moro há tempo bastante para ter tido a oportunidade de conhecer alguns candangos que, se hoje já são falecidos, ainda recebem homenagens dignas dos heróis que enfrentaram os mais variados obstáculos e são lembrados com o mesmo respeito que lembramos dos fundadores de nossas outras cidades, como os Padres José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, que fundaram a cidade de São Paulo há 451 anos.
Pois bem, navegando pela página, encontrei o texto "O linguajar uberabense", onde, com certo espanto, li: "(...) candangos (o nome por que são conhecidos os imigrantes pobres oriundos do Nordeste do Brasil)." Tal definição não corresponde ao termo "candango", mas sim ao termo "pau-de-arara".
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define "candango" como o "nome que designa cada um dos operários que trabalharam nas grandes construções da cidade de Brasília (DF), ger. oriundos do Nordeste do Brasil" e explica que, por extensão, significa, também, "cada um dos primeiros habitantes de Brasília"
A definição apresentada por vocês aplica-se ao termo "pau-de-arara", que são caminhões que transportam os retirantes nordestinos e que, por extensão, passou a designar, aí sim, "os migrantes pobres do nordeste do país", que fogem da seca em grandes grupos, viajando nesses caminhões para outras regiões brasileiras, especialmente para a cidade de São Paulo.
Uma bela canção, cantada por Luiz Gonzaga, conta, sobre essa realidade da fuga da seca pelo nordestino:
"A terra aqui só é ruim, quando não chove no chão. Mas se chover dá de tudo, fartura tem de porção. Tomara que chova logo! Tomara, meu Deus! Tomara! Só deixo o meu cariri no último pau-de-arara". A propósito, cariri é um tipo de vegetação de caatinga, característica da região semi-árida do Nordeste brasileiro.
Obrigada por sua atenção.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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