DÚVIDAS

Público ‘vs.’ audiência
No texto introdutório de Daniel Dayan para o próximo livro, Televisão: das audiências aos públicos, ele escreve o seguinte «O meu último ponto diz respeito aos hábitos linguísticos. Criado a falar francês, não concebo “audiência” como uma palavra genérica a ser diferenciada de uma noção estreita e normativa chamada “público”. Antes pelo contrário, a palavra genérica em francês é “público”, enquanto “audiência” é aquela versão particular do público, definida por medidas quantitativas. Isto não é o caso noutros línguas…» Também se poderá dizer que o termo “público” é, em português, genérico por relação a “audiência”? Que acha?
Encontros consonantais iniciais
Por favor, poderiam fornecer-me o rol completo dos encontros consonantais que iniciam palavras, tais como “ps-”, de “psicologia”; “mn-”, de “mnemónico”; e “gn-”, de “gnomo”? Acompanhados de exemplos, isto é, de vocábulos iniciados por esses encontros? Mas, por obséquio, a lista completa mesmo.Também gostaria de saber se tais encontros são sempre de origem grega.Meus sinceros agradecimentos aos iluminados consultores do nosso Ciberdúvidas.
Palavras de Guimarães Rosa: trestriste, descriado, aproximo, doido-de-lua
Com relação às palavras: “Trestriste” “Descriado” “Aproximo” “Doido-de-lua” “Aeiouava” Tenho dúvidas no processo de formação destas palavras, porque não consigo entender o radical. «Tão magro, TRESTRISTE, DESCRIADO, aquele menino já devia ter prática de todo sofrimento.» (Grande Sertão: Veredas) «A ruindade nativa do homem só é capaz de ver o APROXIMO de Deus...» (Grande Sertão: Veredas) «Às vezes quem sabe ele é DOIDO-DE-LUA?» (Noites do Sertão) O mato vozinha mansa AEIOUAVA. (Noites do Sertão) Todas estas frases são de Guimarães Rosa.
Oração completiva não finita seleccionada por obrigar
Bem sei que já trataram o tema à saciedade, mas gostaria de lhes colocar uma questão acerca do infinitivo. A frase em causa é a seguinte: «Não se vislumbram medidas que obriguem os alunos a estudar.» A minha dúvida é a seguinte: é correcto (e obrigatório) o uso do infinitivo impessoal neste caso?; se o é, o motivo é ser 'obrigar a' uma perifrástica? Foi o que me foi dito (pensava que 'obrigar' era 'apenas' verbo transitivo...) para justificar a obrigatoriedade do uso do infinitivo não flexionado. Deixava apenas uma dúvida mais: não se aplica aqui a regra do uso do infinitivo flexionado por haver dois sujeitos diferentes? Se não, seria possível explicarem-me o motivo? Estimados mestres e amigos em idioma, tirem-me deste embrulho! Renovo os votos de parabéns pelo serviço prestado e pelo saber honesto e generoso que evidenciam a cada passo.
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