Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: advérbio
José Rafael Nascimento Professor São Facundo, Abrantes, Portugal 2K

Usa-se correntemente a expressão «imagino o que não...» (terá dito, terá custado, etc.)

Gostava de saber qual é a lógica desta expressão, pois o mais correcto parece ser «imagino o que...».

 

O consulente segue a norma ortográfica de 45.

Antonio Lima Professor Bonito-PA, Brasil 3K

A respeito da origem da nasalidade em mui/muito, José Joaquim Nunes, no seu Compêndio de Gramática Histórica (1975[1911]), afirma o seguinte:

«embora MUI e MUITO sejam formas clássicas, nas cantigas 38 e 453 do Cancioneiro da Ajuda [séc.XIII], aparecem já nasaladas, como mostram as grafias MUYN e MUINTO donde se conclui não se moderna na língua a nasalização(...).»

Já o gramático Said Ali, na sua Gramática Histórica da Língua Portuguesa (1964[1931]), pensa diferente:

«No extraordinariamente usado MUITO , foi tão tardia a mudança, que o cantor d'Os Lusíadas [séc. XVI] ainda podia dar-lhe para rima FRUITO e ENXUITO. Não se sabe a data da alteração definitiva, porque em MUITO e MUI nunca se assinalou – caso único – a vogal nasal pela escrita. Que em português antigo se pronunciava a tônica como U puro e fora de dúvida, porque, em caso contrário, não lhe faltaria o til, sinal tão profusamente usado naquela época.»

1) O Cancioneiro da Ajuda é do séc.XIII, e Os Lusíadas do séc. XVI, qual dos estudiosos está certo ?

2) Há atualmente consenso entre os estudiosos a respeito de um período específico sobre o começo da nasalidade em mui e muito?

Grato pela resposta.

Lucas Tadeus Oliveira estudante Mauá, Brasil 4K

Em «Olegário só podia votar contra», é correto terminar a frase com a preposição? Aliás, fora este caso, há exceções para terminar frase com preposição?

Obrigado.

Eduardo Augusto B S Siqueira Engenheiro Volta Redonda, Brasil 6K

Tenho visto utilizarem o portanto no lugar da expressão «tanto é que». Por exemplo:

«O Brasil é um país desigual, tanto é que existem favelas ao lado de condomínios de luxo.»

Eu vejo falarem «O Brasil é um país desigual, portanto que existem favelas ao lado de condomínios de luxo [sic]».

Esta forma soa tão mal para mim.

Gostaria de saber se há algum fundamento nesta utilização e se há algum sinônimo para a expressão «tanto é que».

Lanito Molita Estudante Lisboa, Portugal 12K

Quero saber se se pode dizer arbitrariamente «quanto mais, melhor», e «quão mais, melhor», sendo que quão é usado antes de adjetivos e advérbios.

Podemos pensar em mais como um advérbio?

Esta pergunta vale tanto para quanto e quão como para tanto e tão.

Obrigado desde já pela vossa atenção.

Luisa Neves Professora aposentada Leiria, Portugal 2K

Em vez de «o piano estava ali arrumado junto à parede» pode dizer-se «o piano estava para ali arrumado à parede», tendo no segundo caso o sentido de «ali deixado...» (esquecido, abandonado...) ?

Patrícia Magalhães Professora Porto, Portugal 9K

O complemento do advérbio existe como função sintática? Sei que o advérbio e os elementos a ele ligados desempenham muitas vezes a função de modificador, mas desempenham também a de complemento do advérbio?

Coloco esta questão, porque esta função sintática não surge no Dicionário Terminológico, surgindo apenas listados o complemento do nome e do adjetivo. Além disso, também não surge nas aprendizagens essenciais para o secundário nem surgiu nas metas curriculares.

Muito grata pela resposta.

Adilson Ricardo de Lima Dantas Professor Marília SP, Brasil 26K

As palavras mãe e não e similares são monossílabos tônicos ou átonos?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 2K

Qual a diferença na análise sintática entre as seguintes idênticas orações iniciadas por porque?

«Ela não foi atendida porque chegou tarde» – significando que «ela não foi atendida por causa de ter chegado tarde».

«Ela não foi atendida porque chegou tarde» – significando que «ela não foi atendida não por ter chegado tarde [mas por não ter apresentado o necessário requerimento]».

Obrigado.

Blanca Albán Gilino Filóloga Padrón, Galiza 1K

Gostava de saber se em português se utiliza o advérbio abondo como em galego? Têm o mesmo valor ou é considerado um regionalismo?

Às vezes sou vítima das interferências linguísticas ao serem línguas tão próximas.

Obrigada!