Norma angolana, a propósito de pronomes clíticos
Embora tenha investigado, continuo com dúvidas em relação aos pronomes clíticos a usar nas seguintes frases.
a) «Digam-nos o que aconteceu. Espero que__________o que aconteceu.»
b) «Traz-me um pão saloio da padaria. Quero que__________um pão saloio da padaria.»
c) «O professor chama-me todos os dias; oxalá ele_________também hoje.»
Complementos oblíquos «(confiar) em ti» e «(participar) num congresso»
Nas seguintes frases, gostaria de saber se «em ti», na primeira, e «num congresso», na segunda, são considerados complementos indirectos, apesar de não serem precedidos pela preposição a.
1.ª – «Eu confio em ti, meu irmão.»
2.ª – «Sete sábios participaram num congresso.»
A próclise com infinitivo e gerúndio vs. mesóclise com futuro do presente e futuro do pretérito
Gostaria de uma ajuda a respeito da colocação de pronomes, na verdade, quero mesmo é saber porquê nestes dois casos foi utilizada próclise:
a) «Algumas notas chegaram a se ligar.» (Sendo um verbo no infinitivo, não deveria ser mesóclise?)
b) «Em se pondo o Sol os pássaros voam.»
Procurei em diversas gramáticas e não encontrei regra que justificasse a próclise.
Além disso, a regra diz que para mesóclise usa-se futuro do presente e futuro do pretérito, mas isso é difícil de se aplicar na prática...
Por que esta frase está correta?
«O torneio iniciar-se-á no domingo.»
Agradeço desde já a ajuda.
Qual em orações comparativas
O qual como conjunção pluraliza? Ou seja, diz-se: «Corríamos quais baratas tontas pelo escritório», ou «Corríamos qual baratas tontas pelo escritório»?
Obrigada.
O uso dos pronomes pessoais si e se
Quando usar si ou se? Existe algum macete para poder tirar a dúvida?
O pronome demonstrativo no plural: «uma coisa dessas», «um absurdo desses»
Gostaria de saber o seu parecer a respeito da construção em que um pronome demonstrativo é posposto a um substantivo. Em pesquisa pela rede, encontrei apenas a prescrição de que o pronome deve ser colocado no plural: «uma coisa dessas», «um absurdo desses». Dessa forma, não se explica nada. Ademais, no meu entender, a suposta incorreção do singular não se justifica; ao contrário, o singular parece-me mais lógico, visto que se pode subentender o substantivo tipo ou natureza após o pronome (a construção indica tipificação):
«Não diga um absurdo desse [tipo].»
Pesquisando nos livros, encontrei um item sobre o assunto na Gramática de Usos do Português, da linguista brasileira Maria Helena de Moura Neves. Conforme atesta a transcrição a seguir, a autora entende as duas formas (singular e plural) como possíveis:
«Como é que se passam coisas destas em sua casa, a cem metros da minha, e você não me chama, não me avisa?» (A viagem noturna. TEIXEIRA, M. L. São Paulo: Martins, 1965)
(destas = deste tipo)
«Pensava que Miguel morreria pelas suas mãos. Como se moldava um horror deste?» (O fiel e a pedra. LINS, O. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1961)
(deste = deste tipo)
«Ciúmes de Bebel, pode uma coisas dessas?» (O sorriso do lagarto. RIBEIRO, J. U. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984)
(dessas = desse tipo)
«Eu podia ter quebrado o braço. Uma altura dessa!» (O fiel e a pedra. LINS, O. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1961)
(dessa = desse tipo)
(NEVES, 2000, p. 506).
Desde já agradeço a atenção.
Anáfora com os pronomes o, este, aquele
Na frase «para mim, considero os meus professores...» estou com dificuldades em substituir «os meus professores» por um pronome, visto que a minha professora não aceita que eu diga «para mim, considero-os...».
Então pergunto qual será o pronome mais correcto a ser utilizado?
Ainda a próclise, a mesóclise e a ênclise
Sou frequentadora assídua das páginas do Ciberdúvidas. Aqui encontro respostas às mais diversas dúvidas que, por vezes, se apresentam enquanto escrevo. Sem dúvida, este é um espaço no qual se encontram orientações elaboradas de forma clara, correta e objetiva.
No entanto, quero tecer alguns comentários a respeito da resposta dada às questões do texto Sobre a próclise, a mesóclise e a ênclise (Edite Prada :: 04/05/2004).
As respostas apresentadas ao consulente são bastante elucidativas, porém as justificativas dadas ao uso do pronome no Brasil são, no meu modo de pensar, extremamente superficiais. Aliás, nem se pode falar no plural, pois há somente uma: "porque obedece à regra geral".
No Brasil, há, sim, um distanciamento natural entre a fala e a escrita, por motivos que vão muito além do mero descaso para com a língua – há raízes históricas e problemas estruturais graves.
No que concerne à norma culta, mais especificamente à escrita, preconiza-se o uso das regras. Dessa forma, as justificativas aqui deveriam levar em conta as normas gramaticais e não o uso informal da língua, pois dá a impressão de que no Brasil os gramáticos concordam com esta "regra geral" e que as escolas adotam-nas.
O brasileiro, ainda que tenha bons conhecimentos e uma sólida formação, estabelece diferenças entre as diversas situações de uso da língua. Eu arriscaria dizer que, com relação à fala, somos muito mais "situacionais" – "contextuais" do que propriamente "gramaticais".
Eu disse com relação à fala, pois os que fazem uso do padrão culto na modalidade escrita sabem que as regras existem e que a gramática é normativa.
Felicidades a todas(os) e parabéns pelo inestimável trabalho de aclarar as dúvidas e clarear os espíritos.
Grata.
A combinação de pronome demonstrativo com pronome indefinido
Li o seguinte numa publicação religiosa: «Precisamos de alguém de fora para dar-nos o domínio próprio que os estóicos desejavam, e esse alguém é o Espírito Santo.» Nunca vi nos melhores escritores a combinação de um pronome demonstrativo com um pronome indefinido, mas percebo que tal junção se tem intensificado nas matérias que se publicam aqui. Necessito de vossa opinião, pois creio ser muito estranha essa sintaxe... Acredito também que tal arranjo não tem nenhum apoio clássico. Na língua latina nunca jamais vi «hic aliquis» nem «iste aliquis».
Illustrate me! Tenebras solvite!
Sujeito nulo indeterminado
Na frase «Diz-se que vai chover», o sujeito é nulo indeterminado?
