DÚVIDAS

O uso do sujeito tanto no singular como no plural (textos promocionais)
Será que me podem ajudar no seguinte: Em muitos documentos (extensos) sobre a actividade de uma determinada organização (empresa, escola, associação etc.) recorre-se ao uso do sujeito tanto na terceira pessoa do singular como na primeira pessoa do plural porque permite uma maior flexibilidade na apresentação dos conteúdos e porque diminui-se o número de vezes que se utiliza o nome da entidade. Dou um exemplo: «Financeiramente, a EDP reforçou a sua posição. A EDP encaixou mais de mil milhões de euros na alienação de activos não estratégicos, 25% acima do compromisso inicial. Demonstrámos a nossa credibilidade no mercado, sobretudo no contexto de um mercado mais difícil (...)» Gostaria de saber se é correcta esta utilização "dual" do sujeito. Eu tenho desenvolvido textos deste modo, considerando que não estava a cometer nenhuma incorrecção. Muito obrigada pela vossa atenção.
O pronome lhe e os complementos oblíquos
Gostaria de saber se lhe, que é sempre indicado como pronome complemento indirecto, pode ser considerado complemento preposicional em frases como: «Para realçar o sabor dos citrinos, antes de cozer a carne faça-lhe uns cortezinhos com uma faca afiada e introduza-lhes pedacinhos de casca de laranja.» Vi o artigo que têm sobre funções sintácticas de lhe, mas só aborda a questão da preposição de (com a questão da posse) não da preposição em. Muito obrigado.
A sintaxe de obedecer, novamente
Caros senhores, no versículo 27 do capítulo 8 do evangelho de Mateus (Novo Testamento) podemos ler: «Quem é este que os ventos e o mar lhe obedecem?» Tenho a impressão de que o tradutor cometeu um erro de regência, pois as gramáticas nos ensinam que o pronome relativo pertence ao verbo que vem depois. Como o verbo obedecer é transitivo indireto (exige complemento preposicionado), creio que a preposição deve anteceder ao pronome relativo. Assim, o tradutor bíblico deveria haver escrito: «Quem é este a que os ventos e o mar obedecem?» Estou certo, senhores? Se tenho apoio gramatical, como analisais a supramencionada tradução? Quero agradecer-vos a fineza de responder-me.
Deícticos pessoais, espaciais e temporais
No próximo teste de Português, a minha professora vai colocar alguns exercícios com frases em que teremos de assinalar os elementos deícticos: pessoais, espaciais e temporais. Tenho algumas dúvidas quanto à forma de classificação e, mais importante, se os pronomes de 3.ª pessoa são considerados deícticos pessoais. Por exemplo, na frase: «Dei-lhe aquela boneca», eu classificaria dei como deíctico pessoal (flexão 1.ª pessoa) e lhe também; aquela seria deíctico espacial. E referiria também dei e ontem como deícticos temporais (referentes ao passado). Esta análise estaria correcta? Uma forma verbal pode ser simultaneamente deíctico pessoal e deíctico temporal, i. e., posso incluir em ambas as categorias? Podem ajudar-me? É uma questão um pouco difícil de interpretar...
A vírgula a seguir à palavra quê
«Debaixo de quê tinha o sapo dormido todo o Inverno?» Esta frase gerou uma discussão pela existência obrigatória ou não de uma vírgula a seguir à palavra quê. Parece-me a mim que a nível fonético ficaria mais completa a frase com a dita vírgula, ou seja: «Debaixo de quê, tinha o sapo dormido todo o Inverno?» A minha dúvida é se esta pausa na oralidade é utilizada na escrita, ou então se a frase fica mesmo mais correcta sem a vírgula. Já agora, aproveito para perguntar o que é «debaixo de quê» a nível sintáctico. Muito obrigado.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa