Se quanto é pronome relativo, só pode ser sujeito ou complemento directo da oração que introduz. De acordo com a Gramática da Língua Portuguesa, de M.ª Helena Mira Mateus et al., e com a Nova Gramática da Língua Portuguesa, de Celso Cunha e Lindley Cintra (pág. 351), o pronome relativo quanto usa-se exclusivamente com antecedente constituído pelos pronomes indefinidos tudo e todos, que podem ser omitidos. Devido a esta característica, quanto adquire um valor indefinido.
Vejamos agora os exemplos:
1 – «Apoiaremos (todos) quantos sofrem com a crise.»
2 – «Apoiaremos (todos) quantos a crise afectou.»
Se na oração relativa ocorrer um verbo com regência, deverá substituir-se quanto pelo pronome relativo quem antecedido de uma expressão realizada pelo pronome todo ou introduzida por todo enquanto determinante (isto é, a acompanhar substantivo):
3 – «Apoiaremos todas as pessoas a quem isso aconteceu.»
É, portanto agramatical uma frase como:
4 – «Apoiaremos todas pessoas a quantas isso aconteceu.»1
Claro está que outra coisa é verificar-se a preposição prevista pela sintaxe de um verbo que ocorre na subordinante, por exemplo, numa frase como «Daremos apoio a (todos) quantos nos procurem». Neste caso, não há restrições ao uso da preposição.
1 Não confundir este comportamento com o de quanto como determinante e pronome interrogativo que introduz orações interrogativas indirectas. O uso da preposição antes do pronome relativo quanto é obrigatório quando o verbo que coocorre com este pronome na mesma oração rege uma preposição:
a) «Por agora, nem se sabe exactamente a quanto ascendem» (ascender a).
b) «Não sei a quantas pessoas isso acontece» (acontecer a).
c) «Só lhe faltava apurar com quantos apostadores iria repartir o prémio de 280 mil euros» (repartir com).
d) «Ele sabe em quantas pessoas pode confiar» (confiar em).