Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: pronome
Olga Pedroso Professora Marinha, Portugal 8K

Gostaria de colocar a seguinte questão, referente à utilização do verbo dever, na forma reflexa e à função sintática que se lhe segue. Vejamos a seguinte frase:

«A modernização deve-se à aplicação de técnicas sofisticadas.»

Nesta situação, o verbo seleciona a preposição a, não podendo ser substituído pelo pronome lhe: *«A modernização deve-se-lhe...» Assim, o verbo será seguido de complemento oblíquo?

Se a frase fosse «Esta recompensa deve-se ao empenho dos alunos», teríamos uma situação similar?

José Henrique Sento Sé Analista de sistemas Rio de Janeiro, Brasil 4K

«Os amigos lhe esperavam para iniciar o passeio.»

Por que a construção da frase acima está errada?

Otto Pessoa Advogado Belo Horizonte, Brasil 27K

Prezados, há uma dúvida muito grande no mundo jurídico no que se refere à correta regência/flexão do verbo ver quando utilizado nas seguintes frases: «Veja-se as seguintes transcrições doutrinárias» ou «Vejam-se as seguintes transcrições doutrinárias».

A primeira pergunta é: está correta a utilização do verbo na frase com a partícula se (ou seja, o correto seria «veja-se», ou «veja»)?

A segunda pergunta: qual é a flexão correta no exemplo dado, «veja-se», ou «vejam-se»?

O esclarecimento dessas dúvidas, por certo, ajudará diversos juristas que labutam na advocacia diária, bem como os magistrados.

Francisco Carvalho Professor universitário Coimbra, Portugal 5K

A frase «Começa-se a pendurar os quadros» parece-me correcta.

E «Começam-se a pendurar os quadros» (que pode ser lida como, em tom coloquial, «Os quadros começam-se a pendurar» («arrumam-se os livros...»)?

Paula Reis Professora Coimbra, Portugal 6K

Gostaria que me ajudassem na substituição da expressão «para estar aqui» na seguinte frase, por um pronome. A frase é: «Pediste-me para estar aqui às 5 horas.»

Estou um pouco confusa e não tenho bem a certeza de qual o pronome correto.

Alberto Luís Reis Professor Seia, Portugal 7K

Qual é, ou quais são, na vossa opinião, as formas de tratamento aceitáveis de um aluno em relação a um prof.?

Será que no 3.º ciclo e ensino secundário, em alguma situação, um aluno se pode dirigir a um Professor, tratando-o por você?

Rodrigo Nahum Alvarez Ferreira Estudante Sorocaba, Brasil 12K

Primeiramente, parabéns pelo excelente site que já me ajudou em inúmeras dúvidas. Não obstante, não consegui ainda achar uma solução para o seguinte:

Em formas verbais terminadas em r, s ou z, têm-se:

fá-lo-ia (faria isso)

qui-lo (quis isso)

etc.

Porém, quando se adiciona -se, o complemento do objeto direto -lo se distancia do verbo, o que retira o motivo pelo qual a partícula r, s ou z, é omitida.

A mesóclise faz-se-lo é, portanto, correta? O -lo deve continuar referenciando a forma verbal, mesmo estando distanciado da mesma?

Sofia Coelho Estudante Lisboa, Portugal 7K

Nas frases seguintes, nele pode ser substituído por lhe?

1 – «Toquei nele.»

2 – «Não mexi nele.»

Cecília de Fátima dos Santos Professora de português básico para estrangeiros Barcelona, Espanha 40K

No livro de exercícios Gramática Activa I, de Olga Mata Coimbra e Isabel Coimbra, edição Lidel, aparece como pronomes pessoais do complemento directo me, te, o/a, nos vos, os/as e como pronomes do complemento indirecto me, te, lhe, nos, vos, lhes.

A minha dúvida recai sobre os pronomes da 1.ª e 2.ª pessoas do singular e do plural, como exemplos apresentam as seguintes frases:

Como pronomes pessoais do complemento directo «– Não consigo levantar o caixote. Ajudas-me?/– Ajudo-te já. É só um minuto» e «–Podes levar-nos a casa?/– Está bem. Eu levo-vos.»

Como pronomes pessoais do complemento indirecto: «– Apetece-te alguma coisa?/– Apetece-me um gelado» e «– O que é que nos perguntaste?/– Perguntei-vos se vocês estão em casa hoje à noite.»

Reformulando cada frase introduzindo a preposição a (por excelência a preposição que inicia o complemento indirecto) resultaria algo como:

«– Podes ajudar a mim?/– Eu posso ajudar a ti»; «– Podes levar a nós a casa?/– Eu levo a vós a casa» (ex. do comp. directo);

«– Apetece alguma coisa a ti?/– A mim apetece um gelado»; «– O que perguntaste a nós?/– A vós perguntei se estão em casa» (ex. comp. indirecto).

Como poderei distinguir se um me, te, nos, ou vos é o pronome pessoal de um complemento ou do outro, já que todos me parecem ser do indirecto?

Ana Maciel Tradutora Porto, Portugal 8K

Verifico com bastante frequência, como tradutora e também como revisora, que, perante a impossibilidade de usar você ou tu, a língua não nos apresenta alternativa viável, havendo casos em que a solução de ausência de termo torna difícil entender que nos dirigimos ao leitor, que o sujeito é ele.

Mais do que uma pergunta, sinto que é hora de lançar um desafio aos linguistas: faz falta uma solução educada e não ofensiva para nos dirigirmos ao outro.

Sinto que, na procura por um grau de tratamento polido, nos enrolámos, criando um beco sem saída.