Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: pronome
Paulo Manuel Sendim Aires Pereira Engenheiro Brasília, Brasil 7K

Reparei que algumas gramáticas omitem o pronome relativo (terminologia brasileira) quanta (Celso Cunha...) e outras não (Evanildo Bechara...). Investiguei em várias e verifiquei que todas elas evitavam o tema nos exemplos.

Pela investigação no Google tornou-se-me claro que quanta existia como pronome relativo no português antigo, quer com função de adjetivo, quer com função de substantivo, mas não consegui concluir em relação ao português moderno. Quais das seguintes frases podemos considerar corretas?

A) Daquela água, ele bebeu toda quanta pôde.

B) Daquela água, ele bebeu toda quanto pôde.

C) Ele conseguiu tirar do motor toda quanta água nele tinha entrado.

A mim, me parecem todas corretas, mas fico perplexo com a coexistência de A) e B). Por que é que algumas gramáticas não colocam quanta na sua enumeração exaustiva dos pronomes relativos, mas colocam quantas?

Rui Batista Professor Açores, Portugal 4K

Tenho consultado várias gramáticas e verificado que apontam como deíticos pessoais todos os pronomes pessoais e os possessivos à exceção dos que se referem à 3.ª pessoa (ele/ela/eles/elas; seu/sua/seus/suas). Mas, na verdade, os possessivos de 3.ª pessoa não deverão ser considerados deíticos pessoais também? Vejam-se estes exemplos: "Sr. Lopes, o seu irmão ligou-lhe esta manhã." / "Este livro é seu, Sr. Lopes?" Nas frases dadas, "seu" relaciona-se com o "Sr. Lopes", pessoa que, dado o protocolo de tratamento entre o locutor e o interlocutor, se subentende ser tratada por "você/Sr.". Então, "seu" (e as outras formas dos pronome possessivos) não deverão pertencer ao quadro dos deíticos pessoais?

António Carvalho Engenheiro Agro-Industrial Portugal 1K

No texto "Faltam modas" de Mário de Carvalho, publicado no Jornal de Letras, 10 de dezembro a 23 de dezembro, 2014, qual é o antecedente do pronome demonstrativo esta na frase «Mas esta pode ser que abra novos caminhos ao cantochão daquela terra»?

Obrigado.

Diana Fernandes Estudante Porto, Portugal 6K

Como distinguir o sujeito pós-verbal do complemento direto, uma vez que, para obter ambos a pergunta pode ser «o quê?»?

Nuno Roque Consultor Braga, Portugal 2K

Na frase seguinte, qual o advérbio correcto* a utilizar? Foi em Agosto [que] / [quando] se conseguiu obter aquele objecto* ...Obrigado.

 

*N.E.  As formas "correcto" e "objecto", com "c" e a forma "Agosto", com maiúscula têm uma grafia anterior à aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. A grafia atualizada é correto, objeto agosto.

Maria Aparicio Frade Estudante Badajoz, Espanha 7K

Tenho imensas dúvidas em relação às formas pronominais correspondentes a um sujeito vocês. Na minha gramática unicamente aparecem como formas pronominais para este sujeito as formas de complemento direto – os/as – e a forma de complemento indireto – lhes. Porém, eu sempre ouvi para ambos os casos o pronome vos, o qual segundo a gramática corresponde unicamente a um sujeito vós. Então, que é o correto para um sujeito vocês:

a) «queria comunicar-lhes a notícia», ou «queria comunicar-vos a noticia»?

b) «gostava que o professor lhes desse uma boa nota», ou «vos desse uma boa nota»?

c) «encontrei-os na rua (a vocês)», ou «encontrei-vos na rua»?

E a mesma dúvida para o caso dos possessivos:

d) «os vossos livros (de vocês) são caros», ou «os seus livros são caros»?

Qual é o correto e como se deveria ensinar?

Muito obrigada e parabéns pelo maravilhoso site.

Alberto Magalhães Psicólogo clínico Évora, Portugal 10K

Será impressão minha ou, de há uns tempos para cá, tem alastrado o uso e abuso «daquilo que são» determinantes (ou pronomes, não sei bem) demonstrativos. Exemplo: «quero falar-vos daquilo que é a minha preocupação», em vez de «quero falar-vos da minha preocupação».

Alexandre Pires Trabalhador Independente Porto, Portugal 4K

Estava a ouvir a fabulosa música do Rui Veloso, intitulada "A Paixão (segundo Nicolau da Viola)" e reparei nesta passagem da letra:

«Era só a ti que eu mais queria/ Ao meu lado no concerto nesse dia...»

Em termos linguísticos, não seria mais correto que fosse «...quem eu mais queria»? Se bem que em termos de métrica para a música, a palavra que se ajuste melhor.

Johan de Rie Reformado Mértola, Portugal 2K

Comprei o livro Cebola Crua com Sal e Broa de Miguel Sousa Tavares. Na página 53 encontrei as frases seguintes:

«A liberdade foi, de facto, a minha grande escola de vida. Comecei a aprendê-lo por mim mesmo, nos Jesuítas e contra eles, como já contei. E, simultaneamente, aprendi-o em casa dos meus pais e com os meus pais.»

[...] o autor fez um erro em escrever «comecei a aprendê-lo (a liberdade) e aprendi-o (a liberdade) em casa dos meus pais...», ou existe outro motivo para utilizar a forma masculina?

Obrigado.

Mariana Adame socióloga Gustavo A. Madero, México 5K

Queria saber se na língua portuguesa existe a dupla pronominalização.

Eu sou hispanofalante e surgiu a dúvida porque em espanhol podemos dizer cómetelo (come=verbo; te=pronome; lo=pronome) e eu quis fazer a tradução mas não consegui.

Obrigada!