Estou com algumas dúvidas na classificação de uma oração. Como se classifica a oração «do que fala» na frase «ele foi a Júpiter e sabe do que fala»?
Obrigada!
Sei que, diversamente do pronome ne do italiano ou en do francês, o pronome português lhe usualmente não pode empregar-se no lugar de um complemento introduzido pela preposição de, mas gostava de saber, especificamente, se é correto dizer «o uso que se lhe faça», em que o pronome lhe se substitui ao complemento introduzido pela preposição de («de alguma coisa»).
A frase soa-me correta, mas não sei se estou a contaminar a nossa língua com um italianismo (em italiano dir-se-á perfeitamente «l'uso che se ne faccia»).
Muito obrigado pelo excelente trabalho que já tanto me ajudou e ainda ajuda!
Em D. Casmurro, Machado de Assis escreve:
«Vi-lhe fechar o cofre.»
em vez de «vi-o», por conta da transitividade direta.
Achei a seguinte explicação em um site:
«Orações subordinadas objetivas diretas reduzidas de infinitivo permitem o lhe quando seguidas por um verbo que possui regência direta. Exemplo: "Vi-o fechar o cofre." "Vi-lhe fechar o cofre."»
Qual é a razão para tal uso? Encontra-se respaldo na norma culta?
Grato!
Posso dizer «Eu e os meus amigos», ou «Os meus amigos e eu»?
Uma falante da língua francesa disse-me que em francês não pode existir a segunda possibilidade[1], mas na língua portuguesa não me soam mal ambas as hipóteses supracitadas. Estarei errada?
Grata pela vossa atenção.
[N.E. (1/07/2019) – Trata-se de um equívoco, porque em francês, por uma questão de delicadeza, o recomendado é «mes amis et moi» (= «os meus amigos e eu»), ou seja, o pronome de 1.ª pessoa vem depois da referência a outras pessoas – «ma femme et moi» (= «a minha mulher e eu»), e não «moi et ma femme»). Cf. moi na versão em linha do Dictionnaire Larousse)].
Será que é certo o uso da construção «roubaram-me meus sapatos».
No segmento «O texto chama-se O Regresso de João Maria e aí se escreve que o país se engravatara, mas que continua com '"a mesma raça de indolentes cheios de lábia, uma gente provinciana que o poder arrebanhara e fora tosquiando a seu estrito critério".», o pronome relativo que, que introduz a penúltima oração, desempenha a função sintática de complemento direto?
A meu ver, sim, mas a opinião de outras colegas é que o mesmo se constitui como sujeito.
Grata pela atenção e parabéns pelo vosso trabalho
Em frases como as seguintes:
«Eu te sou leal.»
«Ela era-lhe fiel.»
as formas dativas te, lhe são consideradas como dativo ético, dativo de interesse ou complemento indireto?
Nesse contexto, o verbo ser é dito copulativo? O dativo ético é o mesmo que dativo de interesse?
Desde já grato ao vosso trabalho.
Na frase: «Quem sou eu?», o sujeito é a palavra "quem"? E o predicativo"?
Qual o critério para identificar o sujeito quando o termo que vem antes do verbo é o pronome interrogativo, e o termo após o verbo é um pronome pronome pessoal?
Há algo que me assombra já faz um bom tempo, o uso da próclise após o que. Vejo em todos os lugares: legendas de filmes, conversas, palestras que sempre usam ênclise após o que. Por exemplo: «temos que fazê-lo»; «temos que matá-lo»; «você tem que editá-lo».
Pelo que aprendi, o que é uma partícula que força o uso da próclise.
Gostaria de saber se nesses casos o que prevalece seria outra regra. E se há outra regra para os variantes: «temos de fazê-lo»; «temos de matá-lo»; «você tem de editá-lo».
Agradeço desde já.
Na frase «estás a ver, seu estúpido?», não deveria o pronome possessivo seu (2.ª pessoa) concordar com o verbo estar na 2.ª pessoa, ficando «Estás a ver, meu estúpido»? E, se não houver alteração do pronome, a frase não deveria ficar «Está a ver, seu estúpido»? Qual das frases é a correcta ou ambas o são?
Grato pela resposta.
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