DÚVIDAS

«Ajudar a» + verbo pronominal
Li vários dos vossos artigos sobre próclise e ênclise, mas continuo com uma dúvida: numa locução verbal com o verbo "ajudar" como auxiliar, é legítima a próclise ao verbo principal? Por exemplo:«Descubra recursos que ajudam a se preparar para o que aí vem.» Ou só é correta a ênclise ao verbo principal, i.e., «Descubra recursos que ajudam a preparar-se para o que aí vem»? Muito obrigado desde já.
As funções sintáticas de quem II
Podiam esclarecer se a resposta dada em "O relativo quem e a preposição a" está em contraste com o que já se tinha dito na resposta "O emprego dos relativos que e quem" (26/09/2018, ponto iii), no qual se diz que «quem não pode ter a função de sujeito, nem complemento direito»? Segundo o primeiro documento, quem pode ter qualquer destas funções, como podemos ver nos exemplos 4 e 5 ali. Como é que é possível que a frase «Sei quem a Rita encontrou no cinema» esteja correta, enquanto a frase «Chegou o rapaz quem conheci» é gramatical? Será forma correta se removermos «o rapaz» e dissermos «Chegou quem conheci»?
A sintaxe de alcançar, de novo
Eu tinha de fazer essa pergunta a vocês antes, porém não me foi possível, então faço a vocês agora. A consultora Carla Marques respondeu a um consulente a respeito do verbo alcançar, presente na obra de Machado de Assis O Alienista. Confesso que, depois da explicação dela, fiquei confuso, pois não consegui compreender a construção em outras situações: «[…] não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, [… ]» (Machado de Assis, O Alienista) Leve em consideração a seguinte exposição: 1.º Se se trata do verbo alcançar como transitivo direto e indireto (conforme foi apontado por Carla Marques), por que o pronome dele parece exercer a função de sujeito de «ficasse em Coimbra», quando na verdade tal exerce função de objeto indireto? Assim sendo, é como se a frase pudesse ser estruturada do seguinte modo: «… não podendo el-rei alcançar de que ele ficasse em Coimbra…». 2.º Se eu estiver errado a respeito da observação do pronome como sujeito, então seriam permitidas as construções do tipo: «… não podendo el-rei alcançar de mim/ti que ficasse/ficasses em Coimbra…» 3.º Mas, se eu estiver certo na minha observação do referido pronome como sujeito, então permitidas seriam tais construções: «… não podendo el-rei alcançar de eu/tu que ficasse/ficasses em Coimbra…» Ou: «… não podendo el-rei alcançar de que eu/tu ficasse/ficasses em Coimbra…»? Se sim, por quê? 4.º A frase de Machado de Assis poderia escrever-se no modo reduzido assim: «… não podendo el-rei alcançar de ele que ter ficado em Coimbra…»? 5.º Seria correto substituir o verbo alcançar pelos verbos conseguir e obter (já que o dicionário Aurélio as apresenta como sinônimas) na frase original de Machado de Assis: «… não podendo el-rei conseguir/obter dele que ficasse em Coimbra…»? Desculpem-me por minha exposição ser tão extensa. Desde já, meu muitíssimo obrigado.
O relativo quem e a preposição a
Maria Helena Mira Mateus, na sua Gramática da Língua Portuguesa, pág. 266, diz que «quando o objecto directo é o pronome relativo quem, ocorre obrigatoriamente precedido da preposição a.» Em virtude disso fiquei na dúvida se construções, como «Eu vi quem o viu» e «Eu vi quem o atropelou» – bem que corriqueiras – não seriam erróneas. Em que contexto é que o relativo quem deve vir obrigatoriamente precedido da preposição a? Muito obrigado!
A referência do pronome ele na frase «bebei dele»
No texto «E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: "Bebei dele todos; Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai." Mateus 26:27-29» ...a expressão «bebei dele...» refere-se ao vinho ou ao cálice?
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