Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: substantivo
Jorge Sousa Revisor Portugal 9K

Antes de mais, muito obrigado pelo vosso trabalho e competência, que ao longo dos anos me têm sido muito úteis. O vosso serviço é uma belíssima escola!

Gostaria de perguntar se é possível utilizar a palavra "capelã" como feminino de capelão.

Tenho procurado – possivelmente mal –, mas não tenho encontrado o termo.

Muito obrigado.

Xavier Fernandes Técnico superior de reinserção social São João da Madeira, Portugal 3K

Com o novo acordo ortográfico, os meses escrevem-se com letra minúscula. E no caso das ruas com meses no nome?

Por exemplo a «rua 10 de Maio», passa a escrever-se «Maio» com letra minúscula?

Miguel de Azevedo Técnico superior Porto, Portugal 7K

A propósito do misterioso objecto que tem, nos últimos dias, aparecido e desaparecido nos EUA reparei na grafia monólito, que me era até aqui desconhecida, uma vez que sempre disse/escrevi "monolito" — sem a tónica na segunda sílaba e sem acento agudo.

Pergunto se esta norma será recente já que trabalhos académicos que encontrei, em português europeu, usam da grafia "monolito". E, pela mesma lógica, escrevemos "monografia" e não "monógrafia" ou, se quisermos, "monocelha" e não "monócelha". "Megafone", e não "megáfone", etc etc.

Uma pedra/pedra única, mono + lito, "monolito".

O que me está a escapar?

 

 O consulente adota a ortografia de 1945.

Hélia Galvana TEFL Faro, Portugal 8K

Por que razão catarse se pronuncia "catarZe" e não "catarSe"?

Franqueira Neto Jornalista Macau, Região Administrativa Especial de Macau – China 3K

Costumo aplicar o termo «grandes (ou pequenas) dimensões», no plural, para coisas mensuráveis em termos espaciais, já que a largura, altura, etc. corresponderiam, cada uma, a uma dimensão; e, por outro lado, «grande (ou pequena) dimensão», para coisas que não se medem dessa forma.

Por exemplo: «um móvel de grandes dimensões», mas «um ataque aéreo de grande dimensão».

Recentemente, tenho-me deparado com um uso diverso, nomeadamente um caso em que se falava em «contentores de lixo de grande dimensão».

Isto é correcto ou fazia sentido a distinção que tenho vindo a aplicar?

 

 O consulente adota a ortografia de 1945.

António Cabral Reformado São Brás de Alportel, Portugal 1K

Junto breve citação extraída do romance Terras do Demo, pp. 180-181, em que consta putreia:

«Ia para quatro meses que não sabia dela… é verdade. Por modos já não havia escrivães no povo! Terra de maldição! Os que aprenderam a rabiscar o nome navegavam, e o padre — esse sujaria as mãos se lhe pedissem duas regrinhas de graça. Ah! Deus tivesse na santa glória o tio Manuel Abade que não precisava que o rogassem duas vezes para escrever a um vagamundo. A malta do Rio, pelo que lhe dissera o Jaime Gaudêncio, ficava toda boa. Boa, mas o Rio já não era o Rio. O italiano e o espanhol tinham derrancado o trabalho. Depois, passagens caras e más. Viera no Malange, um mazombo de paquete que andava à tona como tubarão escaldado como abóbora. À passagem da linha, estivera a deitar a cama das tripas com o afocinhar do calhambeque. Perdesse o nome que tinha se aceitava mais algum dia viajar no francês! Uma putreia, comida para negros, beliches para condenados do Inferno. Boa Mala Real, mas para melhor o alemão. O alemão, batia a tudo o que andava no mar.» Terras do Demo, pp. 180-181

Contudo em Quando os Lobos UivamCasa do Escorpião já se lê como potreia.

Já agora, esta pequena dúvida: «comida para negros». Pretos é regionalismo para porcos. Será que Aquilino Ribeiro se referia a comida para porcos?

Aguardo o vosso comentário, sempre muito apreciado.

Roberlei Gentil Toniete Vendedor Santo André - SP, Brasil 8K

Referir-se à pessoa que nasce no Brasil como brasileiro ou brasileira me parece um equívoco. Na verdade, remete a um tratamento pejorativo e que foi nacionalmente incorporado.

O termo tem origem na forma que o antigo português tratava seu patrício ao retornar a Portugal, vindo do Brasil. Na língua portuguesa, as palavras com sufixo -eiro ou -eira designam atividade laboral. São os casos de pedreiro, costureira, marceneiro, torneiro, e por aí vai.

Consultando dicionários, encontrei como principais gentílicos, brasiliano e brasílico. Há outros. As pessoas de língua inglesa tentam nos ajudar nos chamando de Brasilian. Os de língua espanhola também. Nos chamam de brasileños.

Vendo alguns gentílicos nacionais, vejo que na Bahia há maleiro, que é pejorativo. No Piauí há piauizeiro, que também é pejorativo. Ambos com sufixo -eiro.

Acredito que está na hora de nos recompormos e mudarmos a forma com que nos chamamos.

Grato.

Amelia Russo de Sá Aposentada das Nações Unidas Moçambique/ Portugal 3K

No artigo "Reduções de palavras que não são abreviaturas" de 26-11-2020, João Nogueira da Costa afirma o seguinte :

«O adjetivo belo tem a forma reduzida bel que se usa unicamente com o vocábulo prazer: «fazer algo a seu bel-prazer.»

A minha pergunta é : por que é a palavra belver (ou "bel-ver"?) não é considerada uma forma reduzida como bel-prazer? .

Muito obrigada pela atenção

Lucas Tadeus Oliveira Estudante Mauá, Brasil 2K

Estava ouvindo a música Tempo Ruim de Mandi e Sorocaba, cantores paulistas da segunda década do século XX.Eis um trecho:

Eu pegava em dez mirréis
E surtia a minha casa
Pagava tudo vendeiro
Em nada eu atrasava
Quando era fim da sumana
Mantimento sobejava.

Vejam que semana está pronunciado como "sumana". Queria saber se é algo específico do Brasil ou se encontra – ou, no caso, já se encontrou –algo semelhante em Portugal.

Miguel Faria Bastos Advogado Luanda, Angola 8K

Sobre dióspiro, três questões:

1)   Há duas grafias dicionarizadas – dióspiro e diospiro?

2)   Diospiro é um regionalismo?

3)   O étimo da palavra portuguesa é grego ou latino?