Gostaria de pedir um esclarecimento sobre a frase seguinte:
«O director dirigiu-se à representante das educadoras do Berçário/Creche perguntando-a, relativamente aos horários, como eram geridos os problemas quando a Creche era gerida pelo AA.»
Houve alguém que me disse que não concordava com «perguntando-a» mas sim perguntando-lhe, mas não me soube clarificar. Qual é a correcta?
Obrigado pelo esclarecimento.
O verbo ensinar não se usa com a preposição a («a alguém»)? Estão correctas as inúmeras frases agora colocadas nas ruas de Lisboa, a propósito da visita do Papa? Exs.: «Confiar foi o Pai que me ensinou», «Rezar foi o Pai que me ensinou», «Partilhar foi o pai que me ensinou». E sem qualquer tipo de pontuação.
Agradeço o esclarecimento.
Qual é a palavra correcta a utilizar, com ou por, por exemplo, nestes casos:
«– Ele é muito despassarado – disse ela secamente.
– O que queres dizer com isso? – pergunta-lhe Alexandre com ar de quem realmente não entendeu.
– Com despassarado quero dizer distraído, vago – retorquiu ela claramente irritada – não dá conta dos recados, é o que é.»
«– Ele é muito despassarado – disse ela secamente.
– O que queres dizer com isso? – pergunta-lhe Alexandre com ar de quem realmente não entendeu.
– Por despassarado quero dizer distraído, vago – retorquiu ela claramente irritada – não dá conta dos recados, é o que é.»
Para mim, usar por nesta situação não é correcto, mas tenho visto esta construção de frases vezes sem conta.
A minha dúvida sobre a utilização de com ou por prende-se talvez com o inglês, em que dizemos, por exemplo, «What do you mean by scatterbrained?»
Portanto, devemos usar com, ou por?
Muito grata.
Cumprimento-os por este belíssimo site de auxílio a tantos amantes da língua portuguesa. Quanto tenho usufruído dele!
Minha dúvida recai sobre o verbo bastar. Em muitas situações, mesmo quando o utilizamos como intransitivo, ele parece pedir um complemento. Exemplos:
a) «Bastou ela ir embora para ele voltar.»
b) «Bastou o sol surgir, que as ideias também nasceram.»
c) «Bastou que o meu pai falasse, e todos se manifestaram.»
Estão essas frases acima corretas? Pode-se usar o verbo bastar seguido da preposição para ou das conjunções que ou e?
Há exemplos parecidos no Aurélio, Houaiss e Luft (Dicionário Prático de Regência Verbal), mas nada muito esclarecedor.
Peço-lhes ajuda.
Gostaria de saber se, nas três frases seguintes, há alguma impropriedade gramatical:
«E, já no semestre seguinte, o insigne mestre não falava de outra coisa que não Os Lusíadas, monumental e imorredoura criação do gênio de Camões.»
«E, já no semestre seguinte, o insigne mestre não falava de outra coisa senão Os Lusíadas, monumental e imorredoura criação do gênio de Camões.»
«E, já no semestre seguinte, o insigne mestre não falava de outra coisa senão de Os Lusíadas, monumental e imorredoura criação do gênio de Camões.»
Obrigado.
As expressões «dar-se o trabalho»/«dar-se ao trabalho», «dar-se o luxo»/«dar-se ao luxo», «dar-se o respeito»/«dar-se ao respeito» e outras análogas parecem ter o mesmo significado no português do Brasil, sendo, portanto, absolutamente equivalentes. A alternância parece ser apenas uma questão de estilo.
Exemplificando com as duas orações seguintes: «Joana deu-se o trabalho de arrumar a mesa para o almoço» e «Joana deu-se ao trabalho de arrumar a mesa para o almoço», podemos concluir que, na primeira, Joana deu a si o trabalho de arrumar a mesa para o almoço, arrumando-a. Na segunda, Joana entregou-se (deu-se) ao trabalhado de arrumar a mesa para o almoço, arrumando-a. Realmente, duas maneiras diferentes de se dizer a mesmíssima coisa.
Segundo a ilustre e erudita consultora Dona Eva Arim, do Ciberdúvidas, em resposta de 9 de outubro de 2006, a um meu patrício, «dar-se ao» tem no português europeu o sentido de «aceitar a realização de uma tarefa considerada fora do âmbito das suas atribuições por imperativos de rigor, qualidade...», ora, no português brasileiro, este sentido a mesma locução não dá à oração onde aparece. Somente significa que alguém se deu ou se entregou ou se dedicou a algo, sendo este algo da sua atribuição ou não. Tudo conforme o que está exposto no parágrafo anterior.
Como ficou claro, «dar-se ao» também é do português do Brasil e não somente do de Portugal, como afirmou a consultora supramencionada em sua resposta, aliás, entre nós, brasileiros, usa-se cada vez mais apenas «dar-se ao»; «dar-se o» está desaparecendo.
Feitos estes esclarecimentos, gostaria de indagar se a locução «dar-se a», embora semanticamente equivalente a «dar-se ao», não seria a mais antiga e a mais correta na nossa língua, como li em alguns textos sobre o assunto. Esta parece ser, há séculos, a forma tradicional abonada pelos gramáticos e dicionaristas e usada pelos bons escritores do nosso idioma. «Dar-se ao» já seria uma inovação, algo bem mais recente, sem tradição em nossa língua; apesar de tudo não faltam gramáticos e dicionaristas modernos que consideram as duas corretas, abonando, portanto, a segunda forma, mas estas autoridades do português modernas vão abonando tudo a torto e a direito. Aceitam tudo.
A luz refulgente do mais brilhante e iluminador sítio da Web, por favor.
Muito obrigado.
Ultimamente tenho ouvido muito a expressão «ligar com ele», em vez de «ligar-lhe». Penso não estar correcto. Agradecia-lhes que comentassem.
Obrigada.
«Inquérito sobre», ou «inquérito à»?
Qual é a opção correcta?
«Inquérito sobre qualidade de vida.»
«Inquérito à qualidade de vida.»
Caros senhores, no versículo 27 do capítulo 8 do evangelho de Mateus (Novo Testamento) podemos ler: «Quem é este que os ventos e o mar lhe obedecem?» Tenho a impressão de que o tradutor cometeu um erro de regência, pois as gramáticas nos ensinam que o pronome relativo pertence ao verbo que vem depois. Como o verbo obedecer é transitivo indireto (exige complemento preposicionado), creio que a preposição deve anteceder ao pronome relativo. Assim, o tradutor bíblico deveria haver escrito: «Quem é este a que os ventos e o mar obedecem?» Estou certo, senhores? Se tenho apoio gramatical, como analisais a supramencionada tradução?
Quero agradecer-vos a fineza de responder-me.
O verbo falar rege várias preposições: sobre («falou sobre...»), de («falou de...»), a («falou a...»), com («falei com...»), em («falou em...»), para («falou para...»), e por («Ele falou por ti.»). A minha pergunta é: como se classificam os complementos do verbo falar introduzidos pelas diferentes preposições? Serão todos complementos preposicionais?
Obrigada.
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