O verbo oferecer selecciona um complemento directo (coisa oferecida) e outro indirecto (pessoa a quem se oferece):
«O João ofereceu uma prenda à Ana.»
Neste caso, o verbo é classificado como bitransitivo, uma vez que canonicamente permite três argumentos na sua estrutura argumental: sujeito e dois complementos.
No entanto, verbos bitransitivos como oferecer podem na sua estrutura canónica ter um dos argumentos internos suprimidos, o que pode ser representado pelo uso de parênteses:
«O João ofereceu uma prenda (à Ana).»
Neste exemplo, o verbo é considerado transitivo directo. O argumento suprimido nunca é o objecto directo, mas, sim, o objecto indirecto. A supressão do objecto indirecto não prejudica a gramaticalidade da frase, fazendo que a total compreensão da mesma dependa do seu conhecimento do contexto extralinguístico.
Ao contrário do que acontece como objecto indirecto, a supressão do objecto directo altera a gramaticalidade da frase:
* «O João ofereceu à Ana.»
Por conseguinte, se os alunos souberem que o verbo tem este comportamento, nada impede que se refiram à subclasse do mesmo, independentemente do contexto.