DÚVIDAS

A pronúncia da sequência ti no português europeu
Gostava de saber se existe algum estudo acerca da pronúncia da sequência "ti" (contigo, sítio, tirar) no Português Europeu (PE). Tendo o russo como língua materna (em que o referido fenómeno da palatalização de quase todas as consoantes é muito frequente e fonologicamente obrigatório), percebo estes sons como ou bem palatalizados – [kõⁿ.'tʲi.gu] –, palatais – [kõⁿ.'ci.gu] – ou até aspirados – [kõⁿ.'tʰi.gu]. A diferença é ainda mais notória se comparados com as respectivas realizações fonéticas do cognato espanhol contigo em que o referido efeito acústico nunca (?) ocorre. Estaria muito agradecido se me pudessem indicar se este fenómeno fonético existe em PE e, se possível, alguma refêrencia bibliográfica que trate do mesmo. Obrigado pela atenção!
Classificação das vogais quanto ao timbre
Por que alguns autores, em relação ao grau de abertura/timbre das vogais, dizem que podem ser fechadas ([i] e [u]), semifechadas ([ê] e [ô]), semiabertas ([é] e [ó]) e abertas ([a]); enquanto outros, porém, dizem que elas podem ser abertas ([a], [é] e [ó]), fechadas ([ê], [ô], [i] e [u]) e reduzidas ([a], [i] e [u])? Qual é o certo? Ou eu que não entendi direito quanto ao timbre? Desde já, obrigado.
A pronúncia das sequências vocálicas ee e oo
Desde há muito tempo tenho escutado na fala diferentes pronúncias nas vogais duplas de palavras como compreender ou cooperação, chegando a escutar variantes como "compriender" (i em vez de e) e "cuoperação" (u em vez de o na primeira vogal), mas não estou totalmente certo se estas pronúncias realmente existem ou não. Portanto, gostaria que me esclarecessem se possível qual é a pronúncia correta ou padrão destas palavras em português europeu e se existem outras variantes. Desde já o meu obrigado e os meus parabéns pelo site e pelo vosso grande trabalho.
A translineação de diagnóstico
Gostaria de saber como se pode justificar a divisão silábica da palavra diagnóstico, apresentada pelos dicionários, conforme se vê abaixo? di·ag·nós·ti·co (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa 22-07-2020). Considerando a etimologia («Do grego διαγνωστικός, pelo latim diagnosticu (dia = «através de, durante, por meio de» + gnosticu= «alusivo ao conhecimento de») — Wiktionary), podemos aproximar a palavra diagnóstico da palavra diacrónico, cuja divisão silábica, apresentada pelo mesmo dicionário, é di·a·cró·ni·co (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa,consultado em 22-07-2020). O mesmo se pode dizer em relação à palavra gnose: gno·se (grego gnôsis, -eos, «conhecimento») "gnose" (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, consultado em 22-07-2020). Por que motivo, então, a divisão silábica da palavra diagnóstico não é "di-a-gnós-ti-co"? Desde já, muito grata pela atenção que vierem a conceder à minha questão.
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