DÚVIDAS

Arcaísmos do português de Pernambuco
Aqui na região onde vivo, Pernambuco, é muito comum as pessoas, principalmente do interior do Estado, pronunciarem as palavras vassoura, varrer, travesseiro, vestido, alavanca, etc. trocando-se a letra v pelo b. É notório também uso de arcaísmos como ''treição'' (traição), ''baladeira'' (estilingue), ''fruita'' [fruta], ''luita'' (luta), etc. É triste, pois muitas dessas pessoas, que são doutra geração, são tidas como ''arcaicas'' e sofrem algum preconceito. Minha pergunta é a seguinte: em Portugal é corriqueira tal mudança na pronúncia ou uso de arcaísmos por parte da população? Sei que os daqui não têm esse sotaque à toa, creio que há uma raiz no outro lado do Atlântico. Grato!
A etimologia do verbo chegar
Descobri recentemente que o verbo chegar tem sua origem no verbo latino plicare (assim como o arrivare deriva de ad ripa > arripare). Plicare significava, então, «dobrar», que era exatamente a ação realizada quando os navios CHEGAVAM a terra: dobrar as velas, recolhê-las. Na época, havia já ao menos um verbo que devia significar literalmente «chegar», mas, mesmo assim, surgiu esse outro com sentido figurado, usado concomitantemente. Dito isso, gostaria de saber qual teria sido a figura de linguagem praticada pelos falantes quando usavam plicare em vez de «chegar»? Metáfora ou metonímia? Outra?
A análise morfológica de aritmética e dramaturgo
Em primeiro lugar, um enorme agradecimento por este vosso espaço: um verdadeiro "Templo do Saber". A minha dúvida prende-se com as palavras aritmética e dramaturgo que, no manual de Português com que trabalho atualmente, aparecem classificadas como sendo palavras compostas. Não consigo encontrar, na bibliografia que me costuma servir de apoio (gramáticas, dicionários e afins), qualquer explicação que suporte esta classificação. Estará correta? Se sim, quais os elementos que entram na composição de cada uma destas palavras? Um grande bem-haja pela vossa disponibilidade e partilha.
História de «ir/vir embora»
Tendo descoberto que embora provêm de «em boa hora», gostaria de saber se por exemplo na frase «Vamos embora daqui para fora» o seu uso é o mesmo de agora ou realmente sair para algum lado. Por outro lado ao dizer «Foi-se embora», seria correcto também dizer-se «Foi-se agora». Em Portugal, pelo menos, parece-me que o embora é utilizado como movimento ou ação e não como informação temporal. Podiam ajudar-me a entender? Obrigado.
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