A expressão «boca de lobo»
É com humildade que realizo a minha primeira pergunta nesta plataforma, aos professores que tanto admiro.
A dúvida é curta: qual a etimologia do substantivo "boca-de-lobo" (no que tange ao seu sentido de «bueiro»)?
Procurei-a no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, mas, embora lá conste a definição do nome, não há sugestão de suas raízes etimológicas. Demais, na Infopédia e no próprio Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, sequer há o seu registro¹.
Poderia ser que, originalmente, a expressão dissesse "boca-de-lodo", em vez de "boca-de-lobo"? Desde já, agradeço pela atenção e conhecimento despendidos.
¹ Data das consultas: 15.03.2021.
Participativo, participante e participada
O que distingue os termos participante e participada?
Por exemplo, para utilização de qualificação de processos de participação: «processos participativos», «participados» ou «participantes»?
Vi em uma das Respostas que consideram sinónimos os termos participativo e participante.
Muito obrigada desde já pela atenção a esta mensagem.
Derivados sufixados com -nte
Conquanto não pertença ao paradigma verbal normativo, o particípio presente segue em uso regular na fala e escrita, em neologismos espontâneos, geralmente com final -ante, inclusive com função verbal.
No entanto, para verbos cuja vogal temática é o i, concorrem as possibilidades -iente e -inte. Portanto, qual alternativa seria a mais adequada?:
«Todos os "saintes" devem deixar o crachá à mesa.»
«Todos os "saientes" devem deixar o crachá à mesa.»
«Todos os "salientes" (forma latina) devem deixar o crachá à mesa.»
Quais as regras aplicáveis a essa classe de adjetivos de base verbal da língua portuguesa?
A origem do nome natureza
Se, de belo, vem beleza, por que de natural, não vem "naturaleza"?
Qual o real motivo da supressão de duas das letras do meio? Em espanhol, é naturaleza!
Fiz a busca no Google, até pelo site de vocês, mas a resposta não me apareceu!
Obrigado.
As sílabas e a etimologia do topónimo Baguim (Gondomar)
Como se lê a palavra Baguim, isto é, em quantas sílabas se divide essa palavra: "ba-guim" ou "ba-gu-im"?
Queria também saber se leva ou não acento gráfico.
Obrigado.
O topónimo Candão (Águeda e Oliveira do Hospital)
Não é a primeira vez que me interrogo sobre a origem deste raro e curioso topónimo: "Candam".
Ao que sei, existem apenas duas povoações com este nome, uma na Beira Alta, em pleno concelho de Oliveira do Hospital, e outra nas circunvizinhanças de Águeda.
Gostaria de obter mais algumas informações, se assim for possível, acerca da etimologia de "Candam", e igualmente o porquê da grafia "-am" nestas duas circunstâncias.
Muito agradeço, desde logo, a vossa atenção.
O topónimo Baceiros
Gostaria de saber a etimologia e significado dos nomes Basseiros e Baceiros.
A expressão «caminho das pedras»
Quais são o significado e a origem da expressão «o caminho das pedras»? O significado popularizado no âmbito, por exemplo, do marketing digital é o de que se trata da melhor forma de conseguir um determinado resultado; aquele caminho que só os mais experientes têm etc.
É original esse significado?
Muito obrigado.
A etimologia de noite e oito
Já nos explicaram a etimologia da palavra noite, mas conseguem explicar o fenómeno recorrente de, em línguas diferentes, a palavra noite ser mais ou menos n + oito?
Mesmo que todas venham do latim, há alguma razão para esta relação entre noite e oito ou só coincidência?
A nasalidade de mui e muito
A respeito da origem da nasalidade em mui/muito, José Joaquim Nunes, no seu Compêndio de Gramática Histórica (1975[1911]), afirma o seguinte:
«embora MUI e MUITO sejam formas clássicas, nas cantigas 38 e 453 do Cancioneiro da Ajuda [séc.XIII], aparecem já nasaladas, como mostram as grafias MUYN e MUINTO donde se conclui não se moderna na língua a nasalização(...).»
Já o gramático Said Ali, na sua Gramática Histórica da Língua Portuguesa (1964[1931]), pensa diferente:
«No extraordinariamente usado MUITO , foi tão tardia a mudança, que o cantor d'Os Lusíadas [séc. XVI] ainda podia dar-lhe para rima FRUITO e ENXUITO. Não se sabe a data da alteração definitiva, porque em MUITO e MUI nunca se assinalou – caso único – a vogal nasal pela escrita. Que em português antigo se pronunciava a tônica como U puro e fora de dúvida, porque, em caso contrário, não lhe faltaria o til, sinal tão profusamente usado naquela época.»
1) O Cancioneiro da Ajuda é do séc.XIII, e Os Lusíadas do séc. XVI, qual dos estudiosos está certo ?
2) Há atualmente consenso entre os estudiosos a respeito de um período específico sobre o começo da nasalidade em mui e muito?
Grato pela resposta.
