Mandarim1, registado com o significado de «(I) nos antigos impérios da China, do Aname e da Coréia, funcionário pertencente à classe dos letrados e recrutado por concurso; (II) (sentido figurado e com uso pejorativo) pessoa que, em virtude de seus títulos, diplomas, funções etc., se mostra cheia de importância e presunção, mandão, pessoa influente e importante, manda-chuva, chefão; (III) diz-se de ou o principal dos dialetos da língua chinesa, falado em todo o Norte da China e nas províncias do Centro, do Oeste e do Sudoeste, tomado como língua oficial (em chinês, putonghua) e que se baseia no dialeto pequinês, com pronúncia de Beijing» (Dicionário Houaiss), tem como feminino, efetivamente, mandarina2.
Os dicionários atestam este substantivo como sendo «esposa de mandarim (funcionário)» (sentido I da atestação de mandarim), e ainda como regionalismo no Brasil, onde surge como sinónimo de tangerina. Contudo, é possível aceitar – ainda que as fontes sejam omissas a este respeito – que mandarina ocorra também como o mesmo que «pessoa que, em virtude de seus títulos, diplomas, funções etc., se mostra cheia de importância e presunção, mandão, pessoa influente e importante, manda-chuva, chefão», ou seja, na acessão II dada ao termo mandarim.
1 Do malaio măntări, que é corruptela do sânscrito mantrī ', «conselheiro, ministro ou chefe de estado', provavelmente com mudança t > d por influência de mandar; vocábulo difundido através do português para as demais línguas europeias» (Dicionário Houaiss).
2 Radical de mandarim (com desenvolvimento de consoante nasal) sob a forma mandarin- + -a designação de feminino.