No Vocabulário Ortográfico e Remissivo da Língua Portuguesa, Gonçalves Viana abona a forma "clépsidra", ao passo que o actual Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, embora a registe, sobre ela anota que é uma variante «não preferível de 'clepsidra'». No entanto, Rebelo Gonçalves, no seu ainda inultrapassável Vocabulário da Língua Portuguesa, consigna a acentuação paroxítona, não deixando, porém, de acrescentar que se trata de uma «acentuação consagrada pelo uso: a correcta seria 'clépsidra'».
Posto isto, duas são as minhas questões: 1.ª – Hodiernamente, ainda coexistem as formas proparoxítona e paroxítona,conforme se depreende do constante do Dicionário Houaiss? 2.ª – Em que regra se fundaram Gonçalves Viana e Rebelo Gonçalves, ao reputarem como correcta a forma "clépsidra"?
Antecipadamente grato,
N.E. O consulente escreve segundo a norma ortofráfica de 1945.
Muito grato pelas explicações do Prof. Venâncio da Fonseca. No entanto, o que eu realmente pretendia era uma justificação para as discrepâncias, se possível, com um acompanhamento histórico da evolução. Será pedir muito? Obrigado, de novo.
Qual o radical das palavras digressão, regressão e progressão?
Gostaria de saber o que significa este termo, caçoleta, que aparece, por exemplo, em frases como: o fulano «bateu a caçoleta» (o fulano morreu).
Um americano estranhou a nossa expressão «sorriso amarelo». É o de um fumador?, perguntou-me. Então porquê amarelo? E a verdade é que estou com alguma dificuldade em lhe explicar porquê. Se lhe disser que o amarelo não é uma cor viva, alegre, tal não é verdade. Teria de lhe dizer que pensamos num amarelo desmaiado, pouco definido. Afinal, existe alguma história que explique esta nossa expressão?
Obrigada.
Na zona histórica de uma localidade do Centro de Portugal existe uma Rua do Alfanzil, termo cujo significado desconheço. Havendo outrora o cargo de alvazil (juiz ordinário), será admissível relacionar os dois vocábulos? Isto é, do ponto de vista fonético, há alguma probabilidade de que alfanzil possa corresponder a uma evolução de alvazil? Desde já agradeço a vossa resposta ou a indicação de como poderei esclarecer esta dúvida.
As duas palavras em título são correctas (ou seja, poder-se-à escolher qualquer delas)?
N.E. O consulente escreve segundo a Norma de 1945.
Preciso de ajuda: gostaria de saber se existe alguma classificação ou nomenclatura especial na língua portuguesa para palavras que parecem ter um certo sentido por iniciarem ou terminarem por algum afixo grego ou latino mas que na verdade possuem sentido totalmente diferente. Gostaria também de exemplos desse tipo de palavras, o máximo possível.
Ex.: equinócio: não tem nada que ver com cavalos (eqüino) nem com falta do que fazer (ócio).
Desde já muito obrigado!
Em primeiro lugar, grande júbilo pela continuação e um brinde à saúde e longa vida do CD!
Lendo a muito clara explicação fonética, dada a propósito de «A pronúncia de táxi», lembrei-me de que sempre me confundiu o facto de os dígrafos 'ae' e 'ti' em latim (que, infelizmente, já não aprendi formalmente no liceu), se lerem /é/ e /si/, quando, se se consultar qualquer gramática de latim, a pronúncia recomendada (pronúncia reconstruída) é /ti/ e /ai/. Mais, sendo o "c" sempre explosivo, p. ex. a palavra "Caesar", que veio a caracterizar os imperadores, não deve ser lida "sézar", como usamos fazer, mas "kaizar", precisamente à alemã... (ou aproximadamente à russa, "kzar").
Alguma luz sobre estas discrepâncias?
Obrigado.
Qual o significado de Cárin e como se lê, /cárine/? Com Ruben há quem diga /rúbene/. Queria também saber se Cárin é nome masculino ou feminino.
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