Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Lucas Gomes Autónomo São Paulo, Brasil 7K

«Fiz o bolo conforme a receita.»

Na frase acima,«conforme a receita» é uma locução adverbial?

Se sim, é possível existir locução adverbial iniciada por conjunção? A palavra conforme é uma conjunção?

Obrigado!

Antonio Lima Professor Bonito-PA, Brasil 2K

A gramática Amini Boainain Hauy, no livro Da necessidade de uma gramática-padrão da língua portuguesa (1983), diz que «os verbos que contêm passividade , como levar, sofrer e receber consideram-se neutros: Ele levou uma surra. Ele sofreu uma punição» (pág. 181).

Nas frases abaixo :

A) A ambulância levou Marcos.

B) Marcos foi levado pela ambulância.

A frase A está na voz ativa e a frase B na voz neutra?

Grato pela resposta .

Erik da Silva Simões Estudante Pernambuco, Brasil 3K

A justaposição de várias orações subordinadas adverbiais num só período composto subordinadas é considerada mal escrita? Haveria outra alternativa? Por exemplo:

«O estudante leu o texto científico para que pudesse iniciar sua pesquisa ainda que não gostasse do tema mas se saiu bem porque tinha domínio do conteúdo.»

Obrigado.

Sílvia Pereira Professora Ponta Delgada, Portugal 8K

Na frase «O mais importante para se levar numa viagem é uma boa ideia», o vocábulo para é uma preposição simples, ou é uma conjunção subordinativa final?

Obrigada.

Maria Henriques Professora Elvas, Portugal 1K

«Com o bater das armas» desempenha a função sintática de complemento oblíquo na frase «os pátios ressoavam com o bater das armas»?

Obrigada.

Thiago Camargo Professor Campinas, Brasil 12K

É comum observar-se a expressão "Se ocorre P, então ocorre Q", tanto na linguagem coloquial quanto em contexto técnico.

Neste caso, ocorrem-me duas possíveis classificações, que parecem ser, em princípio, conflitantes.

1) A oração «Se ocorre P» é subordinada adverbial condicional, e a oração «então ocorre Q» é a oração principal, em que «então» desempenha função de advérbio. Observa-se que a omissão ou troca de "então" não resulta em qualquer diferença nas sentenças.

2) A oração «Se ocorre P» não parece assumir o papel de oração coordenada sindética. Contudo, é possível omitir-se a partícula se e manter-se a sentença «Ocorre P, então ocorre Q», de sorte que ocorram duas orações coordenadas, sendo a segunda uma oração sindética conclusiva.

Parece-me razoável concluir que a ocorrência de se na primeira oração implica a classificação obtida em (1), dado que não é possível atribuir a se outro valor morfológico senão o valor de conjunção.

Gostaria, por gentileza, de vossa opinião a respeito do assunto.

Grato.

Fernando Gaspar Funcionário Público Lisboa, Portugal 3K

Numa das últimas respostas do consultório encontrei a seguinte expressão: «Ao cortarem-lhe as tranças, eles deixaram a menina muito triste.». Pergunto, uma vez que o sujeito das duas orações é o mesmo, se não poderá escrever-se também:«Ao cortar-lhe as tranças, eles deixaram a menina muito triste.» Antecipadamente grato

Erick Silva Estudante Pernambuco , Brasil 4K

Desconsiderando a substituição do futuro do pretérito simples do indicativo pelo pretérito imperfeito do indicativo em condicionais, que os lusofalantes fazem, gostaria de saber a diferença de significação entre:

(1) «Se ele não tivesse roubado isso, nós teríamos fugido.»

(2) «Se ele não roubasse isso, nós fugiríamos.»

Não consigo identificar a distinção de condicional contrafatual quando formada pelo (1) pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo e pelo (2) pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito simples do indicativo. E ainda, não sei se é possível combinar as formas supracitadas e quais seriam os novos significados, como em:

(3) «Se ele não tivesse roubado isso, nós ganharíamos»;

(4) «Se ele não roubasse isso, nós teríamos ganhado».

Obrigado pela atenção.

José de Vasconcelos Saraiva Estudante de Medicina Foz do Iguaçu, Brasil 4K

Que advérbios de tempo é que podem ser usados com a perífrase «ter vindo a» mais infinitivo? Os que indicam tempo passado ou presente?

Pode usar-se atualmente com a mesma locução, como em: «Atualmente tem vindo a dar-se esse fenómeno»? Pode essa perífrase denotar o mesmo que um verbo finito acompanhado da preposição a seguida dum infinitivo, sendo equivalente a «Atualmente está a dar-se esse fenómeno»?

Obrigado

Antonio Lima Professor Bonito-PA, Brasil 2K

Alfredo Gomes, Júlio Nogueira, Luiz A. P. Victoria, entre outros gramáticos, consideram as seguintes expressões como galicismos sintáticos:«fazer dinheiro» (no sentido de «realizar, de conseguir dinheiro»); «fazer erros»(por «cometer erros»); «fazer música» ( por «compor música») ;«fazer passeio» (por passear ou «empreender um passeio»).

Gostaria de sabe se essas expressões já são aprovadas pela gramática normativa, já que são usadas com frequência, inclusive por grandes escritores contemporâneos.

Grato pela resposta.