Ensino o Português a Estrangeiros e muitos alunos estão a aprender o conjuntivo. Em todas as gramáticas para este fim, a conjunção se é seguida por um futuro do conjuntivo em situações como a seguinte: «Se não houver ajuda, é/será tudo mais difícil.»
No entanto, ouço repetidamente na televisão o uso do presente do indicativo em situações deste género. Ex: «Se não há coordenação, há de facto mais problemas.»
Estas duas frases estão corretas? Como interpretar isto?
Agradeço antecipadamente a vossa resposta à minha dúvida. Muito obrigada pelo vosso trabalho. Recorro frequentemente à vossa página para esclarecer as minhas dúvidas.
Examine-se o seguinte excerto:
«Usei a esperteza para defender o meu leito conjugal. Conheço umas palavras que valem por uma senha. É só dizer essas palavras, e posso dormir sossegado com relação à fidelidade...»
Quanto ao período «É só dizer essas palavras, e posso dormir sossegado com relação à fidelidade», supondo-se que seja composto por subordinação, como classificar as orações? Qual delas é a principal?
Se se considerar a primeira como condicional equivalendo a «se eu disser essas palavras», a principal seria a outra. Mas também se pode tomar a primeira como principal, classificando-se a segunda como subordinada consecutiva, já que se pode perceber ideia de consequência nessa oração.
Obrigado.
«O Chile propôs-se tornar-se o país mais barato do mundo» será, no meu entender, uma frase incorreta, uma vez que não necessitaria ser utilizado o primeiro -se, mas há quem insista que está correto. Está correto, ou não? Qual a regra a aplicar?
Obrigado.
Posso iniciar a frase com preposição em antes de adjetivos como referente?
Por exemplo: «Em referente à paciente Maria Alves, fizemos o cadastro da mesma...» ou, no caso, a frase acima estaria incorreta, optando pela construção de: «Referente à paciente Maria Alves, fizemos o cadastro da mesma...»
Gostava que, se possível, me explicassem duas dúvidas. Na frase:
«61% dos portugueses não leram um só livro no último ano.»
– O verbo ler deve estar no plural, como está, ou deveria estar no singular (leu) uma vez que o sujeito é 61%?
– O uso do só nesta frase está correto (no sentido de «único») ou no fundo faz com que o sentido da frase seja exatamente o oposto do que o jornalista quer dizer que seria: «61% dos portugueses leram somente um livro.»
Espero não ter sido confusa. No fundo queria saber se a forma verbal e o uso de só estão corretos nesta frase.
Muito obrigada e obrigada por nos ajudarem a entender melhor a nossa língua.
Lendo um poema de Paulo Leminski, o título chamou minha atenção e causou dúvida.
Segue o título e o questionamento: «O assassino era o escriba.»
Como fica uma análise sintática desse período? E se invertemos os termos: «O escriba era o assassino»?
Como ficaria a análise?
Obrigado.
Causou-me estranheza parte dum texto com que me deparei hoje:
«Lisboa era visitada por gente de todo o mundo e para ela convergiam pessoas ilustres e foi difícil deixá-los de fora: embaixadores, aristocratas, pobres, prostitutas, amas, até um macaco. Não resisti a tornar todos eles personagens numa Lisboa protagonista absoluta.»
Não deveria ter sido usado o pronome clítico os em vez de eles como complemento do verbo tornar («torná-los todos personagens»)?
Aproveito o ensejo para parabenizar a equipe do Ciberduvidas pelo inestimável serviço que presta ao nosso querido idioma.
Nas frases:
«O 25 de Abril, que todos conhecemos como a revolução dos cravos, é um dia memorável.»
«Os sismos, abalos telúricos, causam tremendos prejuízos.»
«As cartas Magic, uma invenção japonesa, entretêm as crianças com muita imaginação.»
os constituintes «dos cravos», «telúricos», «japonesa» desempenham a função sintática de modificadores ou complementos do nome?
Tenho alguma dificuldade em distinguir estas duas funções sintáticas.
Agradeço, desde já, o esclarecimento.
Na frase «Realizei o procedimento conforme as instruções», o constituinte conforme é preposição ou advérbio?
Caso seja preposição (por unir palavras que exercem funções sintáticas distintas: «procedimento» – núcleo do objeto direto; «instruções» – núcleo do adjunto adverbial), por que não poderia ser advérbio, visto que é palavra invariável que modifica o valor da forma verbal «realizei»?
Gostaria de saber também se realmente preposições são definidas como constituintes invariáveis que ligam palavras com funções sintáticas diversas, de acordo com o que supus no texto acima, e se está correta minha análise sintática em relação às palavras procedimento e instruções.
Grato mais uma vez.
Em relação ao verbo opinar, é possível dizer-se «todas as pessoas podem opinar para uma melhor sociedade»?
Muito obrigado.
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